MENU

BUSCA

Em visita de Doria a Belém, lideranças do PSDB adiantam que partido deve apoiar Helder no Pará

Anúncio ainda não é oficial, porque depende da convenção partidária, mas presidente do partido disse que decisão está “quase tomada”

Elisa Vaz

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) deve apoiar o atual governador Helder Barbalho nas eleições deste ano no Pará, caso ele tente se reeleger. Quem fez a afirmação foi o presidente da sigla no Estado, deputado federal Nilson Pinto, durante coletiva de imprensa com o pré-candidato à Presidência da República pela sigla, João Doria, em Belém, na tarde desta sexta-feira (28). Acontece que o partido, junto com outros de grande atuação no Brasil, estão unidos na busca pela terceira via e, com uma chapa unificada, querem tentar diminuir a polarização entre Lula e Bolsonaro na corrida eleitoral deste ano. Um deles é o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), ao qual Barbalho é filiado – o outro é o Cidadania.

VEJA MAIS

Em Belém, João Doria visita a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré
Pré-candidato à Presidência da República, ele vai se reunir com lideranças do PSDB e Cidadania

“O PSDB do Pará tem conversado intensamente nos últimos meses sobre a posição política que vai assumir nas eleições deste ano, e há uma ampla maioria que acredita que o partido deve se unir ao governador Helder Barbalho. A posição, obviamente, vai ser decidida na convenção, mas está praticamente tomada. Então, adianto: no partido, a ampla maioria defende o apoio ao Helder em sua possível candidatura a reeleição”, afirma Nilson Pinto.

Doria cumpriu agenda política em Belém e explicou por que escolheu a capital paraense para iniciar sua pré-campanha para a corrida ao cargo mais alto do país: uma homenagem ao Brasil. Após ter participado do Círio de Nazaré algumas vezes, o presidenciável diz que a experiência ficou marcada em sua memória e, embora seja natural da Bahia, acreditou que tinha o dever de iniciar as agendas pelo Pará.

Entre os compromissos em Belém nesta sexta esteve uma missa da qual Doria participou na Igreja Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, às 9h. Depois, ele seguiu para a Ilha do Combu, para dialogar com famílias e comunidades ribeirinhas locais; participou de um almoço com as lideranças do partido e da coletiva de imprensa, ambos no Hotel Grand Mercure; e encerrou a agenda do dia com um jantar ao lado do governador do Pará, Helder Barbalho.

“Queremos conhecer mais de perto os problemas do país e suas soluções. Antes eram 15 milhões de pessoas em situação de pobreza, hoje são 30 milhões. Metade delas está em pobreza absoluta, e os que têm alguma renda é de menos de R$ 100 por semana. Isso reflete o retrocesso que o Brasil teve nesses três anos e quatro meses”, apontou, criticando o governo de Jair Bolsonaro.

O tucano acredita que existem muitos eleitores que fogem da polarização e querem escolher uma terceira opção neste pleito. “Um país da dimensão do Brasil não pode escolher o menos ruim, vamos buscar uma alternativa. É possível ter um nome que lidere o país no combate à pobreza, à miséria, que tenha uma representação internacional, respeito ao meio ambiente, à população indígena, aos quilombolas, às minorias e à diversidade, que retome a esperança no coração dos brasileiros. É isso que me move”, avaliou.

Amazônia

Ao ser perguntado, na coletiva, se tem propostas para a região amazônia, João Doria afirmou que o local é de fundamental importância para o Brasil e para o mundo, mas que é preciso investir em política pública ambiental. Por exemplo, uma das ações que ele defende é que quem vive na região seja remunerado pelas árvores em pé, ressaltando que isso se chama “pagamento por serviços ambientais". Para que a ideia seja possível, a saída, segundo o pré-candidato, é destinar recursos para a descarbonização e negociar com fundos internacionais que o Brasil perdeu durante a atual gestão do governo federal.

Para o turismo, ele também vê muitas alternativas. “Aqui é uma fonte ampla de riqueza. As pessoas gostam de conhecer a natureza amazônica como ela realmente é. Mas isso é feito com política pública, não com um sanfoneiro à frente do Ministério do Turismo, com todo respeito aos sanfoneiros e músicos. Que nós tenhamos políticas públicas corretas e bem elaboradas para definir o turismo ambiental, que pode gerar milhares de empregos na região Norte”.

Ele ainda defendeu que o governo federal faça mais investimentos no setor de mineração do Pará. “A mineração no Pará é fundamental e essencial para o Estado, é a maior fonte de receitas e impostos, mas feita com regras, legitimidade e com facilitação para exportação pelo governo federal, que não acontece hoje”, afirma Doria.

Após o final da coletiva, o presidenciável se reuniu com lideranças políticas em um auditório do hotel. Muitos apoiadores aguardavam a mobilização começar quando a equipe de reportagem esteve no local. Além do deputado federal Nilson Pinto, esteve presente o pré-candidato ao Senado Manoel Pioneiro.

Política