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Eduardo Bolsonaro diz que vai processar Facebook e Instagram por censura

Parlamentar diz que publicação dele, criticando revista Época, foi excluída das redes sociais

Redação Integrada com informações dos portais UOL, Exame e Poder 360

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou as redes sociais para denunciar o que chama de censura por parte do Facebook e do Instagram, que retiraram do ar uma publicação feita por ele sobre matéria publicada na edição on-line da revista Época no último dia 13 de setembro, e na versão impressa no dia 15. 

A postagem de Eduardo, feita no dia 14, mostrava o rosto de dois jornalistas que trabalhavam na revista e teria sido derrubada, segundo as duas redes sociais, porque estava “fora dos padrões de comunidade”. O deputado publicou ainda no mesmo dia uma reprodução de tela do aviso feito pelo Instagram e pelo Facebook.

Mesmo bloqueado, o post chegou a ser compartilhado por apoiadores de Eduardo, veja abaixo:

Entenda o caso

A reportagem intitulada “O coaching on-line de Heloísa Bolsonaro: as lições que podem ajudar Eduardo a ser embaixador” foi assinada pelo jornalista João Paulo Saconi, e narra a experiência vivenciada ao longo de cinco sessões de coach com a esposa de Eduardo, Heloísa Bolsonaro, via webcam.

Para escrever a matéria, o repórter se passou por um cliente do coaching de Heloísa. Na matéria, ele conta como foi seu mês de sessões com a nora do presidente da República, pontuando o texto com questões políticas que passam por um possível descontentamento do eleitorado paulista com o deputado por sua intenção em se tornar embaixador brasileiro em Washington (EUA).

Sem saber que Saconi era jornalista, Heloísa teria defendido a nomeação do marido como embaixador em Washington e comentado supostas irregularidades em financiamentos do BNDES. Na matéria, o repórter também diz ter recebido de Heloísa a indicação para acompanhar veículos, blogs e personalidades que apoiam o bolsonarismo, como Terça Livre, Renova Mídia e Filipe G. Martins (assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais).

A reação

A reportagem ganhou repercussão negativa no seio da família Bolsonaro e entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que em entrevista exclusiva à TV Record no dia 16 deste mês, saiu em defesa da nora. “Ele gravou tudo o que aconteceu ali. Ela me disse que ele se passou por gay, inclusive, né. Falou muito da questão religiosa, de política, pra ver se exatamente ela falava algo que pudesse me comprometer. Eu não li a matéria da revista porque eu tinha outras coisas mais importantes pra fazer”, disse o presidente.

No mesmo dia, a direção da revista Época soltou uma nota afirmando que analisou a reportagem e que ela não extrapolava os limites éticos do jornalismo. Pouco tempo mais tarde, porém, o Grupo Globo publicou outra nota em que rebatia o entendimento dos gestores, assumindo que a matéria havia extrapolado a ética jornalística.

As consequências

Na terça-feira (17), após a emissão da nota pelo Conselho Editorial da empresa reconhecendo o “erro” e “decisão editorial equivocada” pela reportagem, três integrantes do alto escalão de revista Época - a diretora de redação, Daniela Pinheiro; o redator-chefe, Plínio Fraga, e o editor Marcelo Coppola - pediram demissão.

Processo

Depois de ter as postagens que mostravam os rostos de Plínio Fraga e Daniela Pinheiro apagados de seu perfil, Eduardo Bolsonaro acusou de ter seu direito constitucional à liberdade de expressão cerceado e anunciou que iria processar o Instagram e o Facebook. Ainda segundo ele, publicação similar não teria recebido o mesmo tratamento do Twitter.

"Com a liberdade vem a responsabilidade e eu respondo por tudo que publico nas minhas redes sociais. Não cabe ao Facebook/Instagram me censurar previamente em pleno 2019. Que tais atitudes fique no passado e que reafirmemos que vivemos numa democracia com liberdades plenas", disse o deputado em suas redes sociais.

Junto com o texto, o filho do presidente publicou uma foto dele assinando uma procuração ao lado de seu advogado para dar início à ação judicial. Procurado pelo UOL, o Facebook disse que não iria se posicionar sobre o assunto.

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