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Deputados paraenses usam tribuna para criticar e defender prisão de brigadistas

Bordalo defende atuação de ONGs e Gustavo Sefer destacou indícios contra suspeitos

Keila Ferreira

Deputados estaduais se manifestaram, nesta quarta-feira (27), sobre a prisão de quatro brigadistas suspeitos de participação no incêndio criminoso que atingiu área de proteção ambiental, em Alter do Chão, no município de Santarém, em setembro deste ano. Entre os que elogiaram a atuação da Polícia Civil no caso, estava o deputado Gustavo Sefer (PSD), que destacou os indícios apresentados para que as prisões fossem efetuadas. Os quatro homens detidos fazem parte de uma brigada de incêndio florestal voluntária que atua na região desde 2018. Eles também pertencem ao Projeto Saúde e Alegria, que atua em comunidades de Santarém há mais de trinta anos.

O deputado Bordalo (PT) enfatizou a importância da atuação das Organizações não Governamentais (ONGs) na região e defendeu que o caso fosse tratado com cuidado, para evitar acusações antes da conclusão das investigações. "Quantos não foram acusados, presos e depois inocentados? É preciso serenidade. Primeiro esperar o trabalho da polícia, depois ouvir o Ministério Público. A WWF é uma das instituições mais respeitadas do mundo", declarou, referindo-se à instituição que, de acordo com a Polícia, teria comprado fotos do grupo detido e conseguido doações para auxiliar as ONGs no combate às queimadas na Amazônia.

O petista também manifestou solidariedade ao Projeto Saúde e Alegria. "É preciso esperar com serenidade antes de se decretar condenação definitiva. É preciso garantir o estado de direito, a presunção de inocência. Vamos acompanhar essa investigação de perto, respeitando a polícia."

Já o deputado Angelo Ferrari (PTB) parabenizou a Polícia Civil pelas prisões, por acreditar que os indícios são fortes. "Tem escuta telefônica, sim!", declarou, afirmando que as ONGs recebem muitos recursos. "Eu não vejo esse dinheiro ser investido no povo da mata", argumentou. "Agora estão até tacando fogo", acusou. Segundo o parlamentar, algumas instituições podem até "fazer um trabalho aparentemente bom", mas ele ressalta que, "por trás, podem ter seres humanos corruptos que estão roubando" e denegrindo a imagem dessas ONGs.

Gustavo Sefer (PSD) voltou a defender a atuação da polícia. "Existem vários indícios, tanto que a Polícia Civil ordenou a prisão dos brigadistas, mas é óbvio que a investigação tem que ser concluída", enfatizou o parlamentar. "Não estou falando de todos os membros da ONG Saúde Alegria, porque deve ter gente séria."

Líder do governo na Alepa, o deputado Francisco Melo, o Chicão (MDB), afirmou que a ação não foi direcionada para prejudicar ou atingir determinada instituição. "A intenção do governo é punir realmente quem esteja fora da legislação, cometendo algum tipo de delito", declarou, defendendo, em seguida, o trabalho das ONGs que atuam na região. "Mas não podemos passar a mão nas coisas erradas".

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