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Declarações de procurador são alvos de notas de repúdio

Ricardo Albuquerque afirmou em palestra que ‘o problema da escravidão no Brasil foi porque o índio não gosta de trabalhar’

Abílio Dantas

Movimentos sociais e autoridades divulgaram nesta quarta-feira, 27, manifestações contrárias e em repúdio aos pronunciamentos do procurador de Justiça do Ministério Público do Pará (MPPA) Ricardo Albuquerque, que afirmou em palestra a estudantes de direito que “o problema da escravidão no Brasil foi porque o índio não gosta de trabalhar”.

O procurador-chefe do Ministério Público Federal (MPF) no Pará, Alan Mansur, utilizou a sua conta da rede social Twitter para condenar o comportamento de Ricardo Albuquerque. “Comentário absurdo, de quem não conhece a história do Brasil e da Amazônia. Por isso que é sempre importante debater as consequências da escravidão no país. O Dia da Consciência Negra é sempre necessário”, publicou.

Mansur afirmou ainda, em declaração à Redação Integrada de O Liberal, que o “momento histórico em que vivemos ressalta a importância de lembrarmos os desequilíbrios na formação da nossa sociedade”. “Considero que as palavras que foram divulgadas do procurador são incorretas, infelizes e não refletem uma das funções do Ministério Público Brasileiro, que é a de resguardar os direitos dos indígenas, quilombolas e minorias em geral, bem como garantir o resgate histórico dos direitos dos povos que sofreram escravidão e outras injustiças históricas”, completou o procurador-chefe.

O Fórum de Entidades de Direitos Humanos do Pará, que é formado por dez entidades de diferentes áreas, de movimento de trabalhadores rurais a produtores de cinema, divulgou nota contra o que classificam como “declarações escancaradamente racistas proferidas pelo Procurador e Ouvidor Geral do Ministério Público do Pará, Ricardo Albuquerque”. “Sua fala evidencia que o racismo institucional em nosso judiciário, tão denunciado por organismos de defesa da população negra no Brasil, não apenas existe como se personifica, através de posicionamentos tão preconceituosos que fazem duvidar de haver imparcialidade na atuação do procurador junto a Ouvidoria do MP”, afirmam os movimentos.

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