Crescimento de São Paulo acima da média nacional é trunfo de Doria visando às eleições de 2022

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que sonha com a presidência da República, tem pavimentado o caminho seguindo fórmulas que dão certo em outros países e que já mostram resultado no Estado mais rico da Federação. As informações foram divulgadas pela revista IstoÉ.

Para conseguir contas equilibradas e investimentos, o governador João Doria reforçou parcerias com o empresariado, profissionalizou a administração e chamou pessoas experimentadas para gerir as principais pastas.

Há vários ex-ministros como titulares de pastas. O nome mais forte é o secretário da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Trata-se de um dos sete ministros de Michel Temer que agora trabalham ao lado de Doria, conforme pontua a reportagem da IstoÉ.

Meireles exalta o PIB paulista, que deve crescer quase 8% neste ano, contra a previsão de 5,22% para o Brasil, segundo o último boletim Focus, do Banco Central. “O crescimento de São Paulo só vai perder para a China e a Índia. Será superior ao dos EUA”, disse Meirelles à publicação. Para chegar a esse resultado, o governo estabeleceu 18 polos econômicos nas principais regiões administrativas do interior do estado. “É um modelo alemão de desenvolvimento”, explica o governador.

No setor dos negócios, o governo do PSDB tenta desburocratizar ao máximo a vida dos empreendedores, simplificando tributação e facilitando a abertura de empresas. Abrir uma empresa no Brasil leva em média 10 dias. Já em São Paulo, pode levar apenas um dia, segundo Doria. “É um padrão chinês que adotamos aqui, reduzindo a burocracia”, afirma.

De olho no exterior

A aposta do governo paulista também se deu olhando para fora, dando condições e visibilidade ao Estado para firmar parcerias no exterior. O governo paulista abriu escritórios comerciais como o de Xangai, antes da pandemia, mas que foi decisivo para a bem-sucedida parceria do Instituto Butantan com a farmacêutica chinesa Sinovac na produção da Coronavac. Abriu representações em Dubai e Munique (Alemanha). E em novembro deve abrir a de Nova York, para estreitar o relacionamento comercial com EUA, Canadá e México.

Essas ações e a preocupação em aliar negócios ao meio ambiente têm dado exposição internacional ao governador. No Fórum Econômico de Davos, Doria conseguiu investimentos importantes. “Meio ambiente e negócios não são inimigos”, diz com frequência. Doria foi chamado a participar recentemente de uma reunião com John Kerry, representante dos EUA para a área, e foi convidado para a COP26, encontro da ONU que discutirá o tema em Glasgow, na Escócia, em novembro.

O governador de São Paulo afirma que estão previstos R$ 15 bilhões em investimentos para o projeto Carbono Zero no Estado. E ele ainda planeja para 2022 a despoluição do rio Pinheiros, projeto inspirado no que Paris fez com o rio Sena. Em possível campanha eleitoral, o “novo cartão-postal” deve ser entregue até o final de 2022. Mas, segundo o governado, ele vai estar na cerimônia apenas como convidado, pois deve se desincompatibilizar em abril e entregar o governo para o vice Rodrigo Garcia, que agora é do PSDB e também é pré-candidato ao governo do Estado.

“Não será uma eleição para bonzinhos”, disse ao programa Roda Viva, recentemente, sobre a corrida presidencial. “Será uma eleição difícil, de extremismos. Haverá um festival de fake news”, previu na ocasião. Para tentar ser um candidato viável, Doria vai se apegar aos números de São Paulo. “O estado investirá este ano R$ 23,3 bilhões com recursos próprios em setores essenciais como educação, saúde, segurança e infraestrutura”. O governador diz ainda que São Paulo receberá neste ano R$ 43 bilhões de investimentos privados em rodovias, aeroportos e ferrovias.