O corpo de Anivaldo Vale, ex vice-prefeito e ex-deputado federal por três mandatos consecutivos, foi velado na manhã desta quinta-feira (24), no Recanto da Saudade, em Belém. Rodeado de familiares e dos quatro filhos, entre eles o deputado federal Cristiano Vale e o ex-vice-governador e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM), Lúcio Vale, estiveram presentes autoridades políticas, como o governador Helder Barbalho e deputados estaduais.
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O político estava internado há 43 dias no Hospital Adventista de Belém e, por complicações de saúde, devido à idade avançada, 77 anos, faleceu na tarde desta quarta-feira (23). O deputado federal pastor Josué Bengson, em depoimento durante a celebração da missa realizada, disse que Anivaldo era uma pessoa que tinha Jesus no coração. “Jesus disse: ‘Em verdade te digo que hoje estarás comigo’. Jesus já o recebeu e nós o vamos guardar no coração”, declarou.
Nascido em Ipanema (Minas Gerais), ele começou a trabalhar ainda jovem, ingressando no Banco do Brasil como porteiro, até chegar ao cargo de superintendente do Banco. Ainda jovem, Anivaldo veio para o Pará, onde foi presidente do Banco da Amazônia, criando o FNO Especial, que alinhou o sistema de crédito ao homem do campo, criando um grande impacto social e impulsionando a economia nos municípios.
Anivaldo também foi o deputado federal mais votado do seu partido, eleito por três vezes consecutivas, e ajudou a levar luz para comunidades por meio do Projeto Luz no Campo. Dedicou sua gestão à recuperar estradas, portos e vicinais e foi idealizador e criador da UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia), instituição que em 2019, lhe concedeu o título de Doutor Honoris Causa, tornando-o a primeira pessoa fora do meio acadêmico a receber sua maior honraria.
Em Brasília, criou a Comissão da Amazônia de Desenvolvimento Regional, atual Cindra, que abrange 9 estados amazônicos. No estado, exerceu o cargo de vice-prefeito de 2009 a 2012.
Autoridades lamentam perda para o Estado
O governador Helder Barbalho ressaltou que o político foi um dos maiores homens públicos da geração dele, seja na condição de parlamentar ou no papel de articulador de políticas públicas. “Seja no Basa, no Banco do Brasil, seja como cidadão que conhecia tão bem esse Estado e buscou ser uma ferramenta, um lutador para que o Pará pudesse crescer, se desenvolver. Um paraense não nascido aqui, mas que escolheu o nosso estado para construir a sua história, construir a sua família e deixa um legado dos seus feitos e certamente os seus filhos, como exemplo do pai, seguindo a obra deixada pelo Anivaldo”, pontuou.
O deputado Gustavo Sefer também participou da cerimônia de despedida de Anivaldo, e disse, em depoimento, que a história do político é uma das mais belas do Estado e que ele teve o privilégio de, na sua minha primeira eleição, ter motivada por um convite dele. “Filiei ao Partido Liberal, ao qual ele era presidente na época, então ele é um dos responsáveis pela minha atuação política e uma pessoa que sempre buscou ensinar muito e ter uma vida pautada na ética. Então deixa um legado, uma família completamente bem direcionada e intencionada e que, com certeza, terá um belo exemplo para seguir trabalhando”, ressaltou.
A presidente do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM), desembargadora Mara Lúcia da Cruz, também reforça o legado deixado por Anivaldo ao Estado, que, segundo ela, traço uma trajetória de atenção especial aos municípios. “Como mineiro, ele abraçou esse estado como uma terra dele. Constituiu a família e hoje nós temos a honra de ter o Lúcio Vale como Conselheiro do nosso Tribunal e que, com certeza, traz toda essa bagagem do pai, essas orientações não só como homem público, mas como um homem honrado, que deixou os exemplos mais bonitos principalmente de humildade, que foi o que mais nós escutamos aqui. Então todas as homenagens são mais do que merecidas”, afirmou.
O ex-senador Flexa Ribeiro também esteve presente e disse que o maior legado deixado por Anivaldo é o exemplo. “O exemplo de um homem correto, com tremendo amor pelo estado do Pará, um paraense de corpo e alma. Exemplo de homem, de pai de família, de funcionário público. Nós convivemos bem antes da política. Anivaldo, eu digo que era mais do que amigo para mim, foi praticamente um irmão, e ele fará muita falta. Aos filhos e amigos que tinham nele aquela pessoa humana e sincera que acolhe a todos a toda hora. Que que ele possa deixar o exemplo para ser seguido pelos familiares e amigos. Ele vai em paz. Valeu, Vale”, concluiu.