Bolsonaro se diz ‘tranquilo’ com acordo de delação de Cid: ‘Ele não vai inventar nada’
Ex-presidente também elogiou o trabalho do seu ex-ajudante de ordens, afirmando que ele foi uma pessoa de confiança e que “fez um bom trabalho”
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que está “tranquilo” quanto ao acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, com a Polícia Federal (PF), homologado no sábado (9) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Bolsonaro elogiou a atuação do ex-ajudante de ordens, afirmando que ele foi uma pessoa de confiança e que “fez um bom trabalho”, nos quatro anos em que esteve na Presidência da República.
“E tinha aquela vontade de resolver as coisas. O telefone dele, por exemplo, eu chamava de muro das lamentações. Não só militares, mas civis que queriam chegar a mim, vinham através dele”, disse o político do PL.
Cid estava preso por uma investigação que apura inserções de dados falsos em cartões de vacina, mas foi solto também por decisão de Moraes. Segundo Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens tratava das suas contas bancárias e de algumas demandas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, mas não participava de decisões políticas e de governo.
“Não tenho [medo]. Ele não participava de nada”, ressaltou o ex-chefe do Executivo. “Eu estive com o [Vladimir] Putin, por exemplo. Estive com o [Donald] Trump. Éramos eu e o intérprete. Cid nunca estava. Ele agendava, ali, os horários de encontros com chefes de Estado, com ministros, com autoridades, com comandantes de força. Mas nunca participou dessas reuniões”.
O ex-presidente disse também que pretende, em breve, “dar um abraço” no militar. Bolsonaro afirmou que Cid é uma “pessoa decente” e de “bom caráter”.
“Ele não vai inventar nada, até porque o que ele falar, vai ter que comprovar. Há uma intenção de nos ligar ao 8/1 de qualquer forma. E o Cid não tem o que falar no tocante a isso porque não existe ligação nossa com o 8/1”, declarou.