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Bolsonaro quer provar à PF uso de morfina com foto em hospital e atestado

Defesa do ex-presidente diz que ele estava sob efeito de morfina ao publicar um vídeo, no Facebook, com ataques ao sistema eleitoral

O Liberal

Advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentaram uma série de documentos para a Polícia Federal (PF), a fim de tentar comprovar que ele estava sob efeito de morfina ao publicar, no Facebook, um vídeo com ataques ao sistema eleitoral dois dias depois dos atos golpistas de 8 de Janeiro. 

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Os advogados também apresentaram um laudo assinado pelo médico Marcelo Silva, que indica a entrada no hospital na madrugada do dia 9. Também foi anexado ainda um comprovante médico da injeção de morfina em Bolsonaro. O laudo médico de Marcelo Silva afirma que Bolsonaro recebeu medicação para dor sulfato de morfina 2 mg intravenosa e hydromorphone, hidromorfona, um opioide utilizado no tratamento dores moderadas a fortes.

O documento diz que o ex-presidente foi submetido a exames radiográficos complementares como tomografia computadorizada do tórax, abdômen e pélvis, radiografia para o abdômen agudo, confirmando o diagnóstico de oclusão subaguda intestinal.

A defesa de Bolsonaro também enviou uma gravação para mostrar como o ex-presidente teria se enganado e postado sem querer o vídeo no Facebook em vez de encaminhá-lo ao seu WhatsApp.

Conforme a defesa, o que aconteceu foi que, "ao clicar duas vezes na opção compartilhar, o vídeo passa a constar nas postagens da sua própria página no Facebook", disse no depoimento. 

A defesa também levou à PF tuítes em que Bolsonaro condenou as "depredações e invasões" dos prédios dos Três Poderes. As publicações, no entanto, foram feitas pelo ex-presidente para tentar associar o vandalismo à esquerda.

Vídeo postado por Bolsonaro no Facebook

O vídeo foi postado e compartilhado em 10 de janeiro deste ano, e nele Bolsonaro diz infundadamente que Lula (PT) não foi eleito pelo povo, e sim escolhido pelo serviço eleitoral junto a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A publicação viralizou rapidamente nas redes sociais e foi apagada pouco depois. O post era trecho de uma entrevista de Felipe Gimenez, procurador de Mato Grosso do Sul, apoiador declarado de Bolsonaro, alegando que não houve transparência na apuração das urnas eletrônicas e que não era possível ver a contagem dos votos. O que não é verdade.

Bolsonaro também questionou sem provas a credibilidade das urnas eletrônicas eleitorais e disse equivocadamente que o código-fonte não pode ser verificado, além de ter defendido o uso de voto impresso.

Bolsonaro em depoimento à PF 

Em relação ao conteúdo do vídeo, ele disse considerar “a eleição de 2022 uma página virada em sua vida”. E também reitera que “repudia e condena todo e qualquer ato que vise a abalar a ordem democrática e que durante os seus quatro anos de governo sempre atuou dentro das 'quatro linhas' da Constituição Federal". Esses citados trechos foram retirados do depoimento de Bolsonaro à PF, nesta quarta-feira (26).

O ex-presidente foi ouvido por duas horas após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

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