Bolsonaro aciona Moro para ouvir de novo porteiro
Funcionário do condomínio do presidente no Rio de Janeiro deu informação contraditória

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quarta-feira (30) que tem conversa com o ministro da Justiça, Sergio Moro, para que o porteiro do condomínio onde tem residência no Rio de Janeiro seja ouvido novamente.
O porteiro disse em depoimento que carro suspeito de envolvimento na morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) entrou no condomínio liberado pelo presidente.
Na noite de terça-feira, 29, o Jornal Nacional veiculou reportagem mostrando que o porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, onde reside o presidente da República, falou no depoimento (que oficialmente está sob sigilo) que horas antes do assassinato da vereadora, um dos acusados de participar do crime, o ex-policial Élcio de Queiroz, entrou no local, dizendo que iria na casa 58, de Bolsonaro, e que ao interfonar para a residência, o "seu Jair" autorizou a entrada.
Neste dia e horário, contudo, Bolsonaro, que era deputado federal, estava em Brasília e tinha, inclusive registrado presença e participado de votação na Câmara dos Deputados.
"O porteiro ou se equivocou ou não leu o que assinou. Pode o delegado [da Polícia Civil] ter escrito o que bem entendeu e o porteiro, uma pessoa humilde, né, acabou assinando embaixo. Isso pode ter acontecido. Estou conversando com o ministro da Justiça, o que pode ser feito para a gente tomar, para a polícia pegar o depoimento novamente. O depoimento agora desse porteiro pela PF", declarou o presidente.
No depoimento, segundo mostrou a reportagem do Jornal Nacional, o porteiro disse ainda que o carro de Queiroz, ao entrar no condomínio, seguiu para a casa de Ronnie Lessa, sargento da PM, apontado também como participante do assassinato da vereadora, e que morar no mesmo local. O porteiro disse que voltou a ligar para a casa 58 e que o homem que o atendeu anteriormente disse que sabia para onde Queiroz estava indo.
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