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Belém e Soure recebem Comissão da Câmara para debates sobre ‘Abrace o Marajó’

Parlamentares integram a Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia

Valéria Nascimento

Deputados da Comissão de Integração Nacional e Amazônia (Cindra) chegaram ao Pará, nesta quinta-feira (8), para debater o programa "Abrace o Marajó", do governo federal. Já pela manhã, eles tiveram reunião com cerca de 80 pessoas, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Belém.

O público era formado por representantes de movimentos sociais de Soure, Salvaterra, Portel, Melgaço, Breves, entre outras cidades, num total de 10 municípios marajoaras. A vinda dos deputados atende ao convite da rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) e da Comissão Episcopal para a Amazônia (CEA).

Também participaram do encontro, nesta quinta-feira, representantes do Ministério Público do Estado, da UFPA e do Governo do Pará. O prefeito da capital paraense, Edmilson Rodrigues, esteve presente.

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Pedido de revogação

“Estamos buscando elementos qualitativos para a proposição que revogue o ‘Abrace o Marajó’”, afirmou, na noite desta quinta-feira, a deputada federal Vivi Reis (Psol), pelo Pará. Ela acompanha em Belém o presidente da Cindra, o deputado João Daniel, do PT de Sergipe, autor do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 157/2022, que pede o encerramento do programa por violação dos direitos dos povos tradicionais do Marajó.

Vivi Reis é a relatora do PDL e vice-presidenta da Comissão de Integração Nacional e Amazônia. Para ela, o programa é um exemplo do que não fazer no arquipélago. “Eu posso resumir três elementos problemáticos na concepção do programa. Primeiro, a não escuta dos movimentos sociais e das comunidades que seriam atingidas pela proposta”.

"Segundo, esse programa se mostrou intencionalmente de caráter eleitoreiro. Ele promoveu o nome da ex-ministra Damares, que se lançou candidata e se elegeu senadora. Ela usou de falas falsas que demonstravam desconhecimento, fez denúncias de crimes que nunca conseguiu provar, inclusive ela foi demandada pelo Ministério Público Federal e não apresentou provas do que afirmava sobre o Marajó. E terceiro, o programa não tinha orçamento previsto nem no próprio ministério da ex-ministra”, frisou Vivi Reis.

Em outubro passado, Damares disse, entre outras coisas, sem apresentar provas, que crianças do Marajó eram traficadas para o exterior e submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitavam abusos sexuais.

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“Nesta sexta-feira (9), faremos nova rodada de escuta com representantes em Soure. Acreditamos que teremos ainda mais pessoas do que havia em Belém por conta da facilidade de deslocamento”, observou a parlamentar paraense sobre a programação da Cindra que segue, na tarde desta sexta-feira (9), com um novo encontro, na Paróquia Menino Deus, no bairro Centro, do município de Soure, no Marajó.

Ao final das visitas, será elaborado um documento com um diagnóstico do programa e propostas que serão encaminhados dentro da Cindra e apresentados também à Coordenação da Equipe de Transição do governo federal.

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