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Simone Tebet declara apoio a reeleição de Lula e descarta Senado por São Paulo no atual momento

Em entrevista exclusiva ao O Liberal, ministra do Planejamento detalhou bloqueios no Orçamento, investimentos para cidades amazônicas e cenário eleitoral de 2026.

Jéssica Nascimento

A ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet, afirmou em entrevista exclusiva ao jornal O Liberal que apoia uma eventual reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, rechaçou — ao menos por ora — a possibilidade de disputar o Senado por São Paulo e explicou as medidas recentes de bloqueio no Orçamento Federal.

Tebet também detalhou o novo financiamento de US$ 1 bilhão para municípios da Amazônia, destacou o foco urbano do programa e defendeu que o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) terá papel decisivo nas eleições presidenciais.

Bloqueios no Orçamento: “Ninguém vai deixar de pagar aposentado, salário, saúde ou educação”

Ao comentar os recentes bloqueios realizados pelo governo federal para o cumprimento das metas fiscais, a ministra reforçou que o ajuste não comprometerá áreas essenciais. Segundo ela, os cortes atingem principalmente despesas discricionárias, sem impacto em pagamentos obrigatórios.

“Os bloqueios foram feitos e as ações são remanejadas de acordo com as prioridades de cada ministério”, declarou.

Tebet explicou que o bloqueio não significa redução de gastos em obrigações constitucionais.

“Por exemplo: previdência. Ninguém vai deixar de pagar aposentado. Servidor público: ninguém vai deixar de pagar salário. Investimentos na saúde e na educação: ninguém vai deixar de fazer”, explicou.

Ela ressaltou que, quando gastos obrigatórios crescem acima do previsto, é necessário remanejar recursos de políticas menores.

“Às vezes uma estrada que pode esperar mais um pouco, uma obra de infraestrutura. Então isso já foi feito”, disse.

A ministra antecipou que o próximo relatório deve indicar estabilidade.

“Agora nós teremos um próximo relatório que a gente espera que não vai haver mais bloqueio. O que foi bloqueado não volta mais”, garantiu. 

Financiamento de US$ 1 bilhão para cidades amazônicas

Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), o governo anunciou um programa de financiamento internacional voltado às cidades da Amazônia. O montante, em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), poderá ser acessado por estados e municípios da região amazônica, inclusive de países vizinhos.

Tebet enfatizou que o diferencial do programa é o foco urbano — e não apenas ambiental.

“A maioria da população que mora no Norte mora nas cidades. Quase 80% dos amazônidas não vivem nas florestas. Vivem nas cidades”, destacou.

Os recursos poderão ser aplicados em obras estruturantes voltadas à qualidade de vida.

“Isso serve para quê? Colocar banheiro nas casas que não têm, tirar pessoas que estão em palafitas para casas de alvenaria, para água potável, para saneamento, para ônibus elétrico”, ressaltou.

2026: apoio pessoal à reeleição de Lula

Questionada sobre o posicionamento do MDB nas eleições presidenciais de 2026, Tebet afirmou que o partido, por ser heterogêneo, ainda não definiu uma direção. Porém, ela própria já tem posição.

“Já tenho declarado apoio a uma possível reeleição do presidente”, garantiu. 

A ministra reconheceu que há divergências internas, mas acredita que grande parte da legenda tende a apoiar Lula.

“Ele terá o meu apoio pessoal e acredito que de grande parte do MDB. Ainda que não seja um apoio oficial do partido — o que pode acontecer”, reconheceu.

Senado por São Paulo? 

Em tom descontraído, Tebet respondeu aos rumores de que poderia disputar uma vaga ao Senado por São Paulo em 2026.

“‘Fofoca, Jéssica, fofoca.’ (…) Isso circulou em São Paulo porque eu tive uma boa votação lá”, admitiu. 

Ela destacou afinidade com o estado, mas disse que qualquer decisão será tomada apenas em 2025 — e alinhada com Lula.

“Se o presidente entender que eu tenho que ficar até o final do governo, eu fico. Se achar que é importante disputar o Senado, eu serei candidata”, garantiu. 

Apesar dos rumores, ela deixou claro que sua base eleitoral permanece em Mato Grosso do Sul.

“Meu título de eleitora é de Mato Grosso do Sul. Sou filiada ao MDB do Mato Grosso do Sul e, se eu for candidata hoje, serei candidata pelo meu estado”, afirmou.