Presidente do INSS se preocupa com Nikolas na relatoria da CPMI: 'não queremos desinformação'
Ele comentou sobre a possibilidade de o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ser escolhido relator da CPMI que investiga os descontos indevidos no fundo: "A nossa população precisa de informação"
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, demonstrou preocupação com a desinformação sobre fraudes em benefícios previdenciários de aposentados e pensionistas. Ele comentou sobre a possibilidade de o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ser escolhido relator da CPMI que investiga os descontos indevidos no fundo: "A nossa população precisa de informação".
Em entrevista ao portal UOL, nesta quarta-feira, 2, o presidente do INSS lembrou que o vídeo de Nikolas sobre as fraudes no INSS tinha informações falsas e gerou preocupação em muitos aposentados e pensionistas.
"Uma das críticas que eu tenho foi confundir num vídeo que ele Nikolas fez a questão dos empréstimos consignados com descontos associativos, dizendo que essa questão do desconto associativo gerou um prejuízo de 90 bilhões de reais. Isso é uma informação falsa", diz Waller.
O presidente justifica "se a ideia for informar, se for transparente, se for colocar limpo, seja quem for, será bem-vindo". Ele ainda reforça: "o que a gente não pode ter é, na verdade, a desinformação, é gerar pânico, gerar ansiedade. Muitos dos nossos brasileiros ficaram preocupados com o desconto associativo pela desinformação, achando que todo e qualquer desconto era fraudado, que a sua conta era fraudada".
Waller também afirmou que, "para tranquilizar os brasileiros" o governo precisou comunicar 27 milhões de aposentados e pensionistas de que não haviam descontos associativos, e avisando que não precisariam contratar advogado.
"Eu amo a transparência, a transparência verdadeira, a transparência que venha trazer esclarecimento para a população. Se esse for o objeto, eu acho ótimo, o que não pode ser feito é desinformação, é uma situação de trazer o espetáculo", diz o presidente.
Governo respondeu ao vídeo de Nikolas
Integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aliados usaram as redes sociais para responder ao vídeo de Nikolas Ferreira(PL-MG) sobre o escândalo dos desvios no INSS. Publicada no dia 6 de maio, a gravação do deputado repete o mesmo modelo usado no vídeo viral de janeiro sobre as mudanças no Pix, e acumulou mais de 134 milhões de visualizações.
Na gravação de pouco mais de seis minutos, Nikolas (com filtro para deixar a aparência envelhecida) afirma que o esquema fraudulento é o "maior escândalo da história do Brasil", faz acusações sobre o governo Lula não ter tomado medidas para apurar os desvios bilionários, e defende o ex-presidente Jair Bolsonaro(PL) - cujo governo também foi atravessado por fraudes no INSS.
Enquanto a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e o chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, rebateram as acusações do deputado bolsonarista sem citá-lo nominalmente, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) usou o próprio vídeo de Nikolas como fundo para contestar as afirmações do parlamentar.
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