Pesquisa aponta que 64% rejeitam anistia a condenados pelo 8 de Janeiro
Em edição anterior do levantamento, 51% rejeitavam o perdão, o que mostra um crescimento de 13 pontos porcentuais à ideia defendida por bolsonaristas
Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 3, pela empresa PoderData mostra que 64% dos brasileiros são contra a anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Em edição anterior do levantamento, 51% rejeitavam o perdão, o que mostra um crescimento de 13 pontos porcentuais à ideia defendida por bolsonaristas.
Por outro lado, os que defendem a anistia caíram de 37% para 27%. Outros 9% dos entrevistados preferiram não responder.
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A pergunta realizada aos entrevistados foi: "Mais de 1.500 pessoas foram presas por causa do vandalismo em Brasília em 8 de janeiro de 2023. O Supremo condenou a maioria a até 17 anos de prisão. Há um projeto agora no Congresso propondo anistiar e soltar essas pessoas. Você é a favor ou contra a anistia?".
Em setembro, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto que trata do assunto. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), designou como relator o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que decidiu que o "PL da anistia" será um "PL da Dosimetria". A ideia dele é propor a redução das penas dos envolvidos, em uma alternativa para "pacificar o País".
Paulinho tem ouvido representantes de diferentes partidos e se encontrado com integrantes do PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele também se reuniu com Aécio Neves (MDB) e o ex-presidente Michel Temer (MDB) em encontro reservado para discutir o tema.
Segundo o relator, o parecer terá "coisa de três ou quatro páginas" e pode reduzir a pena de Bolsonaro entre "sete e 11 anos". O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses por seu papel na trama golpista.
"O que eu vou fazer é uma redução de penas, vou mexer com o Código Penal, garantindo que essas pessoas que estão presas possam sair. É um relatório geral que beneficia as pessoas que estão presas, as pessoas que estão em casa com tornozeleira e as pessoas que saíram do País com medo de ser presas. Todas essas pessoas vão poder voltar à sua vida normal, do meu ponto de vista, na medida que a gente vai reduzir as penas", explicou o deputado em entrevista ao UOL na última semana.
Após a apresentação do parecer do relator, a proposta deve ser avaliada pelo plenário da Casa. Nesta sexta, Motta afirmou que aguarda o texto de Paulinho da Força ficar pronto para pautar o tema em plenário.
A pesquisa ouviu por telefone 2.500 pessoas em 178 municípios das 27 unidades federativas entre os dias 27 e 29 de setembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%.
O PoderData também informou que, para facilitar a leitura, os resultados foram arredondados, sendo possível que a soma seja diferente de 100.
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