Jader Filho defende que fundos climáticos financiem obras urbanas na Amazônia
Ministro das Cidades afirma que a COP30 precisa ser “a COP da floresta e das cidades” e anuncia antecipação da meta de 2 milhões de moradias do Minha Casa, Minha Vida.
No último LibTalks – Cidades Sustentáveis e Resilientes, o ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou que o Brasil deve alcançar até 15 de dezembro a meta de construir 2 milhões de moradias pelo Minha Casa, Minha Vida — originalmente prevista para quatro anos. Ele informou que, com a antecipação do resultado, a meta será ampliada para 3 milhões de unidades em 2026.
Jader Filho destacou que o avanço habitacional tem como objetivo enfrentar o déficit histórico no país, oferecendo tanto novas unidades quanto crédito para reformas. Ele citou o programa Reforma Casa Brasil, que financia melhorias como construção de novos cômodos, banheiros, telhados e reboco.
“A gente precisa dar alternativas ao povo brasileiro, e é isso que a gente tem feito. Temos avançado bastante em temas que são sensíveis para a nossa população”, afirmou.
“A COP da floresta e das cidades”, diz Jader
Ao comentar a participação do Ministério das Cidades na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), o ministro reforçou que o tema urbano precisa ter protagonismo no debate climático. Ele lembrou que 80% da população amazônica vive em cidades e que mais de 80% das emissões globais têm origem nelas.
“Como é que as cidades não vão participar das soluções? Como vamos descarbonizar frotas ou evitar poluição dos rios sem incluir as áreas urbanas?”, questionou.
Jader defendeu que fundos climáticos internacionais financiem não apenas o reflorestamento e ações de comando e controle, mas também obras urbanas de prevenção e resiliência. Entre as prioridades, ele citou investimentos em macrodrenagem, infraestrutura contra alagamentos e contenção de encostas — medidas que, segundo ele, se tornaram urgentes diante da repetição de eventos climáticos extremos no Brasil.
“Se as cidades não estiverem preparadas, vamos perder vidas e infraestruturas inteiras. Precisamos de recurso para evitar que enxurradas devorem cidades, como vimos no Rio Grande do Sul. Precisamos trabalhar encostas para evitar deslizamentos que matam pessoas e destroem bairros inteiros”, disse.
Protagonismo de governos locais
O ministro também defendeu maior participação de prefeitos, governadores e vereadores na formulação e na implementação das ações apoiadas por fundos climáticos. Para ele, a execução ocorre nos territórios, e por isso os líderes locais devem definir prioridades.
“Eles é quem estão lá no dia a dia. Eles têm que apontar as necessidades para que a implementação aconteça. Se tivermos financiamento e envolvimento dos líderes locais, a COP já terá dado um passo extraordinário em favor do planeta”, afirmou.
Importância do debate público
Ao avaliar a série de encontros do Lib Talks, Jader Filho afirmou que debates como o promovido pelo Grupo Liberal contribuem para aproximar a população dos temas discutidos na COP30. Ele destacou que muitas pessoas ainda têm dificuldade de entender a importância da conferência e como ela impacta a vida cotidiana.
“A seleção dos temas foi muito rica. Essas discussões trazem informação para a sociedade do Brasil e do mundo. É debatendo e trocando ideias que vamos encontrar alternativas para um mundo melhor”, disse. O ministro defendeu a continuidade e expansão do projeto.
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