Flávio cobra votação de anistia após Bolsonaro começar a cumprir pena: 'Foi um absurdo'
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou nesta terça-feira, 25, a prisão definitiva de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou que "forças ocultas" têm impedido a votação do projeto de anistia. Segundo ele, a oposição respeitaria o resultado caso o texto fosse votado e rejeitado.
Flávio se refere ao projeto de lei da anistia, que inicialmente tinha como objetivo conceder anistia total e irrestrita aos condenados pelos atos do 8 de Janeiro.
O relator do projeto, Paulinho da Força (Republicanos-SP), contudo, tentou converter a ideia dos bolsonaristas em uma proposta que poderia ter mais adesão no Congresso, o chamado PL da Dosimetria - para redução de penas. A discussão acabou perdendo força.
"Não consigo entender por que fica interditado esse debate por causa de forças ocultas, alheias, externas ao Congresso Nacional", disse o senador.
"Pedimos ao presidente Hugo Motta, pedimos ao presidente Davi Alcolumbre que deixem o processo legislativo acontecer. Se a gente ganhar, respeita a decisão. Se a gente perder, a gente vai respeitar a decisão, mas temos que ir para o voto. Acreditamos que temos os votos", disse.
Além das críticas à tramitação do projeto, Flávio criticou o ministro do Supremo Alexandre de Moraes e a prisão definitiva do pai e defendeu que Bolsonaro seja transferido de volta para a prisão domiciliar. O senador afirmou parecer que "há uma força-tarefa para matar Bolsonaro".
"Foi um absurdo, ele tinha que ser colocado dentro da prisão domiciliar, no mínimo, que é onde ele tem os cuidados permanentes de familiares, onde a gente fica menos preocupado", disse.
O senador disse que Bolsonaro teve uma crise de soluço na prisão. "Ele falou que tinha passado por uma crise de soluço mais uma vez, e, obviamente, está muito psicologicamente abalado, está inconformado", afirmou.
Questionado se está arrependido de ter convocado uma vigília nas proximidades da casa de seu pai, Flávio respondeu: "Que tem que se arrepender é o Alexandre de Moraes, de estar afrontando Deus do jeito que ele está fazendo".
Apoiadores criticam decisão do STF
Aliados do ex-presidente se manifestaram nas redes sociais sobre a prisão de Bolsonaro. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil, cobrou o compromisso de candidatos à Presidência da direita com o indulto ao ex-presidente. "O 1º critério - absolutamente excludente! - do nosso apoio a presidente em 26 é se comprometer a conceder indulto e perdão ao presidente Bolsonaro, extensivo aos que participaram das depredações do 8 de janeiro. Direto e reto."
O deputado federal Mário Frias (PL-SP), secretário da Cultura no governo passado, também criticou a decisão do Supremo. "Não existe mundo ideal. O que existe é uma realidade dura, covarde e impiedosa. Há gente poderosa que se sentiu ameaçada por um presidente eleito pelo voto popular, sem conchavos e sem acordos obscuros", escreveu no X.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ministra da Mulher no governo Bolsonaro, disse que "não há como não se indignar com tamanha perseguição à direita, com um julgamento viciado, uma farsa montada para dar ares de legitimidade à arbitrariedade".
O ex-presidente Jair Bolsonaro iniciou o cumprimento da pena de 27 anos e três meses de prisão pela trama golpista na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília.
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