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Comitê Olímpico dos EUA proíbe mulheres trans em esportes femininos

Decisão atende a ordem executiva de Donald Trump e altera política de elegibilidade do USOPC

Hannah Franco

O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) anunciou, na última segunda-feira (21/07), uma mudança em sua política de elegibilidade: a proibição da participação de mulheres transgênero em competições femininas. A medida atende à ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump no início de fevereiro, intitulada "Mantendo Homens Fora dos Esportes Femininos".

A nova diretriz foi adicionada à seção de "Política de Segurança de Atletas" no site oficial do USOPC. Embora não cite diretamente a palavra "transgênero", a política efetivamente restringe a participação de atletas trans em categorias femininas e confirma o alinhamento da entidade com o decreto presidencial.

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Em comunicado enviado à imprensa nesta terça-feira (22), o USOPC afirmou que "realizou uma série de conversas respeitosas e construtivas com autoridades federais" antes de formalizar a mudança. "Como uma organização federalmente constituída, temos a obrigação de cumprir as expectativas federais", declarou o comitê, reforçando que atuará junto às federações nacionais para aplicar as novas normas.

Com a nova política em vigor, as 54 federações esportivas nacionais ligadas ao USOPC — que organizam competições desde o nível juvenil — devem agora seguir as novas diretrizes. A USA Fencing (federação de esgrima) foi uma das primeiras a se posicionar, anunciando uma política que, a partir de 1º de agosto, permitirá que mulheres trans, homens trans, atletas intersexo e não-binários serão limitados a competir na categoria masculina.

Agora, o comitê afirma estar comprometido em "garantir que as mulheres tenham um ambiente de competição justo e seguro consistente com a Ordem Executiva 14201 e a Lei Ted Stevens de Esportes Olímpicos e Amadores".

Debate internacional e contexto olímpico

O tema da participação de atletas transgênero em competições esportivas tem gerado discussões ao redor do mundo. O Comitê Olímpico Internacional (COI) adota uma abordagem descentralizada, permitindo que cada federação internacional defina suas próprias regras sobre o tema, como é o caso da World Athletics (atletismo) e da União Ciclística Internacional (UCI).

Apesar das diretrizes globais mais flexíveis, a política adotada agora nos Estados Unidos poderá afetar o ambiente esportivo nacional e gerar impacto nas seletivas para os Jogos Olímpicos de 2028, que serão realizados em Los Angeles.

O USOPC ainda não divulgou detalhes sobre como a nova regra será aplicada na prática, nem sobre quais critérios específicos serão utilizados para determinar a elegibilidade dos atletas afetados.