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Bolsonaro não tem intenção de fugir 'para não ficar longe da Michelle'

Michelle Bolsonaro é hoje presidente do PL Mulher e tem ganhado destaque na cena política

Thaline Silva*

Mesmo diante da possibilidade de prisão, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou a aliados que não pretende deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos. O motivo, segundo relatos, é a proximidade com a família, especialmente com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

As informações são da coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. Segundo a publicação, Bolsonaro teria confidenciado que uma eventual separação prolongada de Michelle seria mais difícil do que enfrentar a Justiça brasileira. Ainda de acordo com aliados, o ex-mandatário avalia que, caso seja condenado, prefere cumprir pena em regime domiciliar, mantendo a convivência familiar e aguardando a tramitação de um eventual projeto de anistia.

Michelle Bolsonaro é hoje presidente do PL Mulher e tem ganhado destaque na cena política. Ela é vista como possível candidata da direita nas eleições de 2026, tanto ao Senado quanto à Presidência da República.

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A possibilidade de fuga foi cogitada em círculos políticos após declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, que classificou Bolsonaro como alvo de “perseguição política”. No entanto, o ex-presidente brasileiro tem reafirmado a intenção de permanecer no país. Segundo interlocutores, ele também descartou seguir o caminho do filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal que atualmente está nos Estados Unidos.

Na última terça-feira (14), a Procuradoria-Geral da República pediu a condenação de Bolsonaro por envolvimento em organização criminosa. Investigadores acreditam que o ex-presidente pode ser preso até outubro.

Além de Eduardo, os demais filhos de Bolsonaro continuam no Brasil: Flávio é senador, Carlos é vereador no Rio de Janeiro, Jair Renan tem mandato em Balneário Camboriú (SC), e a filha mais nova, Laura, vive com a mãe. O ex-presidente considera que uma eventual saída do país dificultaria esse convívio familiar.

Outro fator apontado por aliados é o receio de que uma fuga seja interpretada como sinal de fraqueza, o que poderia afetar sua base política.

*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia