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‘Água é vida, é dignidade’: 7ª Conferência das Cidades reforça propostas com obras já em andamento

Secretária Fernanda Paes destaca sistemas de abastecimento, corredores viários e projetos sustentáveis

Eva Pires | Especial para O Liberal

Levar propostas concretas, alinhadas à sustentabilidade, à inclusão social e às demandas reais das comunidades paraenses. É com essa visão que a secretária de Estado das Cidades e Integração Regional, Fernanda Paes, chega à 7ª Conferência Estadual das Cidades, que ocorre de 12 a 14 de agosto, no Teatro Margarida Schivasappa, em Belém. Para ela, as discussões do evento ganham mais peso porque partem de experiências e obras já em andamento no Pará — algumas delas, como os microssistemas de abastecimento de água, mudando a vida de famílias que pela primeira vez terão água tratada em casa.

“Eu sempre digo que a água é vida, é dignidade. Você consegue ficar sem luz, mas não consegue ficar sem água”, enfatiza. Paes relata casos emblemáticos, como o de comunidades distantes no interior onde moradores, como a “Dona Maria”, dependiam de poços improvisados e baldes para ter acesso ao recurso. Agora, com a instalação dos sistemas, poderão cozinhar, tomar banho e escovar os dentes com água tratada.

Essas ações não ficam restritas a planos: já há ordem de serviço emitida para três municípios — Terra Santa, Juruti e Óbidos — e outros 13 estão em fase de licitação. Todos os projetos incorporam o uso de energia solar para reduzir impactos ambientais e custos operacionais. “A gente age tanto no social quanto no meio ambiente”, diz a secretária, reforçando a linha de propostas sustentáveis que o Pará pretende levar à etapa nacional da conferência e, futuramente, apresentar ao mundo durante a COP30, em novembro, em Belém.

Entre as obras emblemáticas está também o sistema de abastecimento de água do bairro do Fidelis, em Outeiro. A promessa de levar água tratada à comunidade foi feita em 2015, mas nunca cumprida. Hoje, os moradores sobrevivem com poços rasos e água sem tratamento. A obra, já iniciada, vai mudar esse cenário. “Agora a água vai chegar, e vai chegar tratada”, garante Paes.

Corredor viário em Santarém e outros projetos

A Secretaria também atua em grandes intervenções de mobilidade. Um exemplo é o corredor viário em Santarém, que vai ligar diretamente Santarém Novo a Santarém Velho, reduzindo drasticamente o tempo de deslocamento entre as áreas da cidade. “Hoje, para ir de um lado a outro, a população enfrenta engarrafamentos e um percurso muito mais longo. Isso impacta o trabalho, a qualidade de vida, o desenvolvimento econômico. Com essa ligação direta, quem acordava às cinco da manhã para evitar trânsito vai poder ter um tempo de vida melhor”, explica.

Há ainda projetos de drenagem em áreas vulneráveis, inspirados em experiências como a resposta aos desmoronamentos no Rio Grande do Sul, e intervenções que vão do atendimento a comunidades remotas até obras estruturantes na capital. Para a secretária, o diferencial é que a pauta da conferência não se restringe a debates teóricos. “A gente pensa desde a comunidade distante lá da Dona Joana até a nossa capital. É sobre conectar realidades, integrar o desenvolvimento urbano e o cuidado ambiental”, enfatiza.

A 7ª Conferência Estadual das Cidades reunirá cerca de 600 participantes, entre representantes do poder público, movimentos sociais, setor empresarial, academia e organizações não governamentais. O objetivo é selecionar 20 propostas que seguirão para a 6ª Conferência Nacional das Cidades, articulando-se à Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU).