Alexandre de Moraes retira sigilo de mensagens que evidenciam planos de golpe de Estado

Medida é tomada após a revista Veja publicar as conversas. Segundo o relatório de investigação da PF, as mensagens indicam que Cid reuniu documentos para embasar juridicamente a realização do golpe.

O Liberal
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira (16) revelar as mensagens apreendidas no celular do coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Essa medida foi tomada após a revista Veja publicar as conversas, que apontam para a elaboração de planos visando a execução de um golpe de Estado.

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Segundo o relatório de investigação da Polícia Federal (PF), as mensagens compiladas por Cid indicam que ele reuniu documentos para embasar juridicamente a realização do golpe.

"Emprego das Forças Armadas"

O relatório destaca que "o investigado compilou estudos que tratam da atuação das Forças Armadas para Garantia dos Poderes Constitucionais e GLO [Garantia da Lei e da Ordem]. Os documentos tratam da possibilidade do emprego das Forças Armadas, em caráter excepcional, destinado a assegurar o funcionamento independente e harmônico dos Poderes da União, por meio de determinação do Presidente da República".

As mensagens revelam que Cid compartilhou um documento contendo instruções para a declaração de Estado de Sítio em resposta a "decisões inconstitucionais do STF".

Outro ex-ajudante de ordens de Bolsonaro esteve em acampamento

Além disso, a PF identificou que outro ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Luis Marcos dos Reis, esteve presente no acampamento montado em frente ao quartel do Exército em Brasília (DF) no ano passado. Segundo as investigações, ele também participou dos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro.

De acordo com o documento, "os vídeos presentes em seu telefone celular comprovaram a participação de Luis Marcos dos Reis na tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito ocorrida no dia 8 de janeiro de 2023".

As mensagens também revelam uma conversa entre Mauro Cid e o coronel do Exército Jean Lawand, ocorrida em 1° de dezembro do ano passado.

"Cidão, pelo amor de Deus, faz alguma coisa. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente [Bolsonaro] vai ser preso, E, pior, na Papuda", escreveu Lewand.

Cid respondeu: "Mas, o PR não pode dar uma ordem se ele não confia no ACE [Alto Comando do Exército]".

Desde 3 de maio, Cid encontra-se preso por determinação de Moraes sob a acusação de falsificar o cartão de vacinação de Bolsonaro e de seus familiares. Durante as investigações desse caso, a PF encontrou as mensagens divulgadas pelo ministro.

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