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Alepa e CPT cobram investigação sobre a BBF

Agricultores denunciam que grupo armado a mando da empresa praticou tortura

O Liberal
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A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), por meio do gabinete do deputado petista Carlos Bordalo, solicitou ao governo estadual celeridade nas investigações para apuração das circunstâncias do ataque violento a trabalhadores do Vale do Bocaia. Segundo a denúncia em vídeo, que a Polícia Civil apura, um grupo armado da empresa Brasil BioFuels (BBF) praticou tortura contra agricultores. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) acompanha o trabalho de investigação. “Estamos com várias entidades de Belém acompanhando, mas ainda colhendo o que de fato ocorreu para uma posterior posição em conjunto. É preocupante sim o que a imprensa noticiou”, disse padre Paulino, da CPT.

“Um grupo se aproximou de nós, muito fortemente armado, da empresa BBF, atirando contra os agricultores; estavam lá mais de 20 agricultores. Fomos empurrados, agredidos pelos seguranças. Fomos amarrados, (usaram) spray de pimenta. Passamos deitados, ali no chão, (por) cinco horas”. Esse é um trecho do vídeo de quase três minutos, em que o agricultor Marcos Nunes Pinto, integrante da Associação de Agricultores e Produtores de Dendê do Vale do Bucaia, baseado na cidade do Acará, no nordeste do Pará, denuncia a investida de um grupo de seguranças da empresa contra moradores. O atentado ocorreu no início deste mês e, segundo a comunidade, o clima permanece tenso e as ameaças continuam na região. 

Destruição

Marcos Nunes Pinto sofreu um ferimento na cabeça e teve de ser transferido para atendimento em Belém. E junto a esse fato, somam-se outros, como pessoas amarradas e agredidas fisicamente, além de tiros, destruição de motocicletas, barracas em madeira utilizadas pela associação de agricultores, resultado da eventual invasão do grupo armado. Todas essas informações já fazem parte das investigações em curso na Polícia Civil, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), que estão sendo acompanhadas por representantes de entidades ligadas às questões de conflitos agrários.

O último ataque mais violento ocorreu na madrugada do último dia 1º, por volta das 6 horas, quando famílias de agricultores foram surpreendidas por dezenas de homens, que estavam vestidos com uniformes similares ao de policiais militares, e que segundo os agricultores seriam seguranças da BBF, empresa que adquiriu a Biopalma, do setor agroindustrial.

A associação de agricultores afirma que desde a venda da Biopalma, a BBF passou a hostilizar pequenos agricultores. Trabalhadores rurais denunciam que são ameaçados constantemente. Em fevereiro deste ano, a BBF teria reivindicado a posse da terra, alegando invasão dos agricultores. Contudo, a assessoria jurídica da associação aponta a existência de irregularidades como falsificação de documentos, com envolvimento de cartórios, inclusive. A denúncia dá conta de que os representantes da empresa desistiram das causas protocoladas, por temerem ser presos diante das supostas irregularidades na documentação.

Processos

O presidente e CEO da empresa, Milton Seagal, responde a dezenas de processos na Justiça. O empresário iniciou as atividades em Roraima, em 2008. No site Jusbrasil, Seagal está relacionado a 45 processos, tanto na esfera trabalhista, fiscal, quanto criminal. 

Após o ataque da empresa, o medo continua na região. Uma Comissão da Segup já esteve na comunidade do Vale do Bucaia para levantar novas informações sobre o episódio. A Polícia Civil realizou dois dias de perícia, segundo a assessoria jurídica que dá suporte aos agricultores. Dois boletins de ocorrência foram registrados: um no Acará e outro na cidade próxima de Concórdia do Pará, mas esse segundo, sendo feito por integrantes do grupo armado.

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