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​‘Situação é melindrosa’, diz vereador de Novo Repartimento sobre morte de caçadores em reserva indígena

O político não acredita na possibilidade de uma futura invasão na reserva Parakanã, mas afirma que não será de imediato que os Parakanã poderão voltar a circular com tranquilidade pelas ruas do município

O Liberal

O clima nas ruas de Novo Repartimento, na região sudeste do Pará, é tranquilo, mas a situação entre os munícipes é melindrosa, avalia o vereador Hugo Machado. À reportagem de Oliberal.com, o político afirmou, na tarde desta terça-feira (3), que a demora na localização dos caçadores, que estavam desaparecidos dentro da reserva indígena Parakanã, ganhou bastante repercussão e mobilizou pessoas que se solidarizaram com os familiares dos jovens Cosmo Ribeiro de Sousa, José Luiz da Silva Teixeira e Wilian Santos Câmara.

“A minha avaliação é que essa atual situação da cidade é melindrosa. Nas ruas, o comportamento das pessoas está tranquilo, mas na mente delas o caso ainda está muito vivo”, disse o político. Segundo ele, a morte dos três caçadores dividiu opiniões em todos os grupos sociais. “Tem pessoas que ficaram revoltadas, porque acham que os índios deveriam ter entregue logo os corpos, mas não. Deixaram passar sete dias e gerou toda essa situação”, comentou.

Para o vereador, os caçadores também agiram de forma errada, ao adentrarem à reserva indígena. “Eles foram lá, mesmo tendo placas de proibição para todos os lados. Isso não é certo. Mas por que os indígenas não chamaram as autoridades competentes e entregaram os caçadores?”, questionou.

Hugo acredita que, com a presença da Força Nacional na cidade, será difícil os não indígenas conseguirem invadir a reserva. Mas também não será de imediato que os Parakanã poderão voltar a circular com tranquilidade pelas ruas do município. “Isso é um acontecimento que pode se passar mais de cinco e a população não vai esquecer. Vai ser difícil eles voltarem a andar livremente na cidade, como acontecia anteriormente”, declarou o vereador.

Família não quer vingança

A reportagem entrou em contato com a defesa das famílias dos caçadores. O advogado criminalista Cândido Júnior informou que acompanha estes trinta primeiros dias dedicados à investigação do caso e também aguarda o resultado dos exames realizados nos corpos na sede do Instituto Médico Legal (IML).

“Estamos mais aguardando que cobrando. Tudo ainda está dentro do prazo. Tem alguns exames que possuem uma demora natural para ficarem prontos e a gente entende isso”, pontuou o advogado. Ele acrescentou que a família não deseja vingança contra os indígenas. “O que a família quer é que os culpados sejam identificados e punidos na forma da lei. Não queremos justiça privada, com as próprias mãos, tanto que procuramos acionar as autoridades policiais competentes para cuidar do caso, como vêm fazendo”, afirmou.

Polícia