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População relata momentos de pânico durante assalto em Acará

'Já tivemos aqui, mas nunca assim. Foram centenas de tiros', afirma morador

Redação Integrada

Os doze integrantes da família de um lojista, que não será identificado por questões de segurança, foram acordados por volta das 02h30 por ruídos de pânico. Sons de vários tiros e gritos começaram a entrar pelas janelas da casa, que fica nas vizinhanças das três agências bancárias atacadas por 20 homens fortemente armados, na madrugada deste sábado (3) no município de Acará, município da região nordeste do Pará. Duas (Banpará e Brasdesco) tiveram somas em dinheiro levadas. A agência do Banco do Brasil também teve a fachada atacada por tiros. Veja imagens inéditas das agências atacadas:
 


A casa da família fica nas mesmas imediações da avenida Pedro Vinagre, onde ficam as três agências bancárias. O medo dos integrantes, porém, era apenas uma pequena parte do pânico que tomou conta de todo o pequeno município de 53 mil habitantes, distante 114 quilômetros de Belém e acessado pelas PA-155 e PA-252.

Foi na madrugada deste sábado (3) quando cerca de 20 homens assaltaram duas agências bancárias no município de Acará, nordeste do Estado. Fortemente armados e em duas caminhonetes, eles fugiram, após o roubo, pela rodovia PA-252, em direção a Concórdia do Pará, levando reféns, entre eles o segurança de uma das agências e um sargento da reserva da PM. Para atravessarem o rio Acará, renderam também os tripulantes de uma balsa.  

"As agências do Banpará e do Bradesco foram destruídas e pessoas foram levadas. São quatro, uma delas é uma conhecida. Até agora não as vimos", contava na manhã deste sábado (3) o lojista, relatando que o medo tomou as famílias do Acará durante a madrugada. Poucas voltaram a dormir após o ocorrido, já que quatro reféns teriam sido levados, conforme o relato dos moradores. 

"Já tivemos assaltos aqui, mas nunca nessa proporção. Foram centenas de tiros. A Agência do Banco do Brasil foi a única que não foi invadida, porque já praticamente foi fechada, após vários outros assaltos. Não tem mais nem dinheiro na cidade", desabafa. "Essa situação da segurança no interior do Estado é um absurdo e a população de Acará nunca tinha passado por uma situação tão humilhante. Toda a cidade acordada com tantos tiros. Onde está a polícia, o Exército? Eram 20 bandidos contra apenas quatro PMs na cidade, nem a Polícia Civil podia fazer nada. Não havia como. Estamos à mercê desses bandidos, sem proteção alguma". 

Reféns foram liberados na fuga
 

Segundo notas encaminhadas pela Polícia Militar e Polícia Civil na manhã deste sábado, todos os reféns já foram liberados sem ferimentos. Viaturas do 31º Batalhão, com sede em Abaetetuba, do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) e da Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe), seguem nas buscas pelos suspeitos, que ainda não foram identificados.     

As Polícias Civil e Militar também enviaram reforços da Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos e Companhia de Operações Especiais (COE) para o município de Acará.

Já se sabe que a quadrilha chegou ao município em duas caminhonetes - uma Fiat Strada e uma Toyota Hilux. Segundo a polícia, eles chegaram atirando nos bancos Banpará e Bradesco, agências que ficam uma de frente para a outra. 

"Foram realizados diversos disparos de fuzis AK 47 e 556. Após isso, os criminosos fugiram nos carros e numa caçamba vermelha usada na fuga. Seguiram em direção a Concórdia até a balsa onde já havia uma Hilux aguardando para apoio", disse a polícia. Os reféns foram liberados durante a fuga. Nenhum foi ferido.

Polícia