Motorista suspeito de envolvimento na morte de policias responde a outro acidente de trânsito; vídeo
A defesa do condutor não soube dizer do que se trata esse processo criminal que o cliente vem respondendo na Justiça
A defesa do condutor não soube dizer do que se trata esse processo criminal que o cliente vem respondendo na Justiça
O delegado Luis Xavier, titular da Divisão de Homicídios (DH), disse, durante coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (28), na Delegacia Delegacia Geral da Polícia Civil do Pará (PCPA), no bairro de Nazaré, que o condutor envolvido no acidente que matou dois policiais civis responde na Justiça por outro caso de acidente de trânsito. O suspeito, que é motorista de aplicativo, foi identificado como Agildo Soares de Sousa, de 40 anos. O investigador Clayton Pereira Vila Nova e o preso Bruno Moraes Gomes ocupavam a viatura no momento do acidente e eles permanecem hospitalizados. Agildo deve ser autuado pelos crimes de duplo homicídio na modalidade de dolo eventual, lesão corporal grave ou gravíssima, dependendo do que apontar o laudo pericial, e também omissão de socorro.
VEJA MAIS
O investigador Homero Gois e Silva de Souza e a escrivã Rejane Maria Oliveira da Silva foram as vítimas do acidente de trânsito. A viatura em que ambos estavam, junto com outros dois passageiros - um custodiado e um agente civil - colidiu com a estação do BRT do Tapanã, localizada na avenida Augusto Montenegro, entre os bairros do Coqueiro, Parque Verde e Tapanã.
Na terça-feira (27), começou a circular pelas redes sociais o vídeo do momento do ocorrido. Nas imagens, é possível ver o carro da cor branca fazendo uma conversão irregular metros antes da Estação do BRT. Em seguida, a viatura da Polícia Civil, que trafegava pela via expressa, tenta o desvio e colide com o terminal. O veículo de passeio, então, completa a curva e segue pela avenida Augusto Montenegro, na direção de Icoaraci, sem prestar socorro.
Ainda na terça, a PC apreendeu o veículo suspeito de envolvimento no acidente. Ele foi encontrado no bairro de Águas Lindas, em Ananindeua, na Grande Belém, e levado à Divisão de Homicídios (DH) no bairro de São Brás, em Belém.
Daniela Santos, a delegada-geral da PCPA, explicou que a viatura tinha saído da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) do distrito de Icoaraci, com destino à Polícia Científica do Pará (PCEPA), para que o custodiado, que estava dentro do automóvel, realizasse exame de corpo de delito e depois fosse direcionado ao sistema penitenciário. Ela foi questionada se era correto o uso da viatura da Polícia Civil na via expressa do BRT. Daniela afirmou, diante da situação apresentada, os policiais podiam utilizar a pista e não se trata uma infração por parte dos agentes de segurança.
“Nós estávamos em serviço, em uma viatura caracterizada. Os policiais trajavam o uniforme policial. Isso nos permite o uso da via expressa do BRT. Filmagens de circuitos de vigilância próximo do local do acidente evidenciam a impossibilidade até de uma frenagem por parte do policial, por conta de ter sido tão brusca e irregular a entrada irregular do motorista (Agildo) faz, de forma totalmente indevida. O local que ele fez isso não era um retorno.
Faulz Sauaia, que também faz parte da defesa de Agildo de Sousa, declarou que o cliente tinha intenção de se entregar à polícia na quarta-feira (28) e o suspeito apenas fugiu da cena do crime com medo de apanhar. “Entendemos que quando ele somente saiu para resguardar integridade física dele naquele momento. As vítimas são policiais e ele não sabia a questão da população sobre esse acontecimento. Ele (Agildo) é uma pessoa do povo, humilde, trabalhadora, motorista de aplicativo e pai de família. O que ele fez, naquele momento, foi tão somente resguardar a sua segurança. O nosso entender é que, de forma alguma, ele se evadiu para não prestar socorro. Inclusive, a tipificação penal da omissão de socorro, prevê que a pessoa tem que prestar ajuda quando ela puder. Naquela situação, ele não tinha como”, pontuou Faulz.
Agildo permanece preso e o inquérito policial prossegue para colher mais depoimentos de testemunhas e vídeos que possam auxiliar na elucidação do caso.
Por volta das 16h, Homero, Rejane, Clayton e o preso Bruno tinham saído da DEAM de Icoaraci para deixar o custodiado na PCEPA, que após os procedimentos legais, ficaria à disposição da Justiça.
A viatura seguida pela pista expressa do BRT, sentido Belém, quando Agildo, que estava sozinho no Voyage prata, adentrou na via. O veículo da PCPA ainda desviou da colisão, mas acabou perdendo o controle e colidindo contra o muro da Estação do Tapanã, localizada na confluência entre os bairros do Coqueiro, Parque Verde e Tapanã.
Clayton e Bruno seguem hospitalizados e não há atualizações sobre o estado de saúde deles. Agildo ainda permaneceu poucos segundo no local do acidente e depois fugiu pelo outro lado da avenida.