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Incêndio destrói aldeia indígena no sudeste do Pará; oito famílias vivem no local

O fogo começou por volta de 10h de quinta-feira (1º) e teria iniciado às margens da rodovia BR-222

O Liberal

Um incêndio foi registrado no final da manhã da quinta-feira (1º) dentro da Aldeia Hupryre, que fica na terra indígena Mãe Maria, no município de Bom Jesus do Tocantins, região sudeste do Pará. O caso aconteceu a cinco quilômetros da cidade de Morada Nova, em Marabá, e teria iniciado às margens da rodovia BR- 222, localizada a 500 metros do aldeamento. Até 13h30 de sexta-feira (2), não se sabe o que ocasionou o incêndio.  Apesar do fogo, não houve feridos. 

De acordo com uma moradora do local, dois homens, cujas identidades ainda são desconhecidas, foram avistados marcando território na terra indígena em que mora. Ela considera que casos como esse são "praticamente uma invasão" e que todos os anos na reserva de Mãe Maria há ocorrência de desmatamento. "A gente se intimida por medo dos brancos nos matarem", desabafou a indígena.

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A fumaça podia ser vista do Núcleo Nova Marabá e invadiu os dois lados da BR-222. Até o final da tarde de quinta-feira (1º), o fogo não havia tomado o outro lado do Rio Flexeiras.

A cacique Kátia Silene Valdenilson, da comunidade Akrantikatêjê, que fica ao lado da Aldeia Hupryre, lamentou o incêndio e a destruição causada, desagregando indígenas e causando grandes danos ao bioma da TI Mãe Maria, que nos últimos anos vem sofrendo com queimadas provocadas por não indígenas. Em lágrimas, ela pediu socorro ao povo que mora naquela Terra Indígena.

O indígena Joprykatire, da comunidade vizinha Parkatejê, lamenta as perdas e a agressão tanto às pessoas, quanto ao meio ambiente e pede por justiça: "Eu peço às autoridades que venham olhar para nós, indígenas, e também para nossa fauna e flora. Aqui tem um animal com queimadura de terceiro grau. É uma paca. É muito triste para nós, indígenas, isso acontecer. Porque nós vivemos de caça e de pesca. Desmatar uma natureza que nos traz coisas boas, em geral… É muito triste ver isso".

A redação integrada de O Liberal tenta contato com o Corpo de Bombeiros Militar (CBM), Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Polícia Civil.

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