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Incêndio de grandes proporções atinge loja de autopeças, Mercadão das Peças, no Telégrafo, em Belém

Fogo começou na noite deste domingo (9), no estabelecimento localizado na avenida Senador Lemos. Não há feridos, segundo o Corpo de Bombeiros

O Liberal

Uma loja de autopeças foi completamente destruída por um incêndio de grandes proporções na noite deste domingo (9), na avenida Senador Lemos, no bairro do Telégrafo, em Belém. As chamas começaram por volta das 22h e, apesar dos prejuízos materiais, não houve registro de feridos, segundo o Corpo de Bombeiros.

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Além do estabelecimento, pelo menos três casas e um outro ponto comercial foram atingidos pelo fogo – duas residências tiveram perda total. Na vila São José, que fica para os fundos da loja de autopeças, na travessa Frederico Scheneippe, os moradores precisaram ser retirados do local por segurança. Até mais de 1h da manhã, o fogo ainda não havia sido totalmente controlado.

Assista ao momento do incêndio no vídeo abaixo:


O estabelecimento, que ficou com a fachada intacta, mas teve o interior completamente destruído – parte dele desabou, armazenava itens de borracha, tintas, solventes e outros produtos de fácil combustão, o que pode ter dificultado o controle do fogo. Dez veículos do Corpo de Bombeiros, entre eles, três carros-pipa, e 40 homens da corporação atuaram no combate às chamas e no apoio. Uma ambulância e militares da PM também deram apoio à ocorrência. Os proprietários da loja de autopeças estiveram no local, acompanharam o trabalho de combate às chamas, mas não quiseram falar com a imprensa.

 

Por volta das 23h, por segurança, foi desligada a energia elétrica do quarteirão onde a loja fica localizada. Em seguida, a energia foi retomada.

A coronel do Corpo de Bombeiros, Alessandra Pinheiro, oficial responsável pela operação, disse que houve problema com a falta de água para combater as chamas. “Sempre tem porque na nossa cidade não há a cultura dos hidrantes, que seria interessante, então, em determinado momento, a gente para uma área para priorizar outra, enquanto uma viatura sai para fazer o abastecimento e retorna para fazer o combate. Vamos continuar agora o trabalho por cima, para resfriar bastante o local para que ele não tenha problema de reignição. Não temos como saber ainda o tamanho dos danos de casas e lojas que estão ao redor. Precisamos primeiro extinguir completamente o incêndio para fazer esse levantamento. Obviamente, que a gente retira as pessoas do local porque há sim o risco de propagação”, afirmou.

Segundo testemunhas, o fogo teria começado na lanchonete do prédio.

 

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Moradoras da vila se reúnem em desespero (Valéria Nascimento / O Liberal)

 

Multidão ao redor e moradores desesperados

Diante de labaredas altas e de explosões no interior da loja, uma multidão se aglomerou no quarteirão ao redor do prédio em chamas, que podiam ser vistas a metros de distância. Moradores de áreas próximas choravam abraçados com medo do incêndio se alastrar, enquanto outras pessoas prestavam auxílio aos homens do Corpo de Bombeiros.

Nervosa, a supervisora de Logística, Cleyse do Nascimento Ribeiro, moradora da vila São José, contou que estava deitada para dormir quando foi alertada pela mãe sobre o incêndio. “Pensei que o fogo era no poste da rua, mas depois que soubemos que era no Mercadão. Começou por volta das 21h e os Bombeiros chegaram em 20 minutos mais ou menos. Nossa preocupação é quem tem bastante idoso na vila. Aqui em cima de casa, inclusive, tem uma senhora que vive acamada, mas já levaram ela daqui”, disse.

Os pais da artesã Socorro Nascimento, Nair e Benedito, moram na vila São José. Ela relatou momentos de desespero. “Eu moro próximo daqui e, por meio de um vídeo, identifiquei o local e corri pra cá. Quando cheguei, meus pais já estavam do lado de fora, junto com uma senhora que é cadeirante e que também havia sido retirada. Foi um desespero, ligando para o Corpo de Bombeiros e tentando proteger as pessoas”, contou.

A vila São José, que reúne 14 casas, foi um dos locais mais ameaçados. As residências são todas de alvenaria e de moradores antigos, que se misturaram em meio à multidão de curiosos no entorno da loja incendiada. Pela lateral do estabelecimento, na travessa Mango de Araújo, duas residências tiveram perda total.

A professora da rede estadual Ivonete Ribeiro é moradora da rua Curuçá e disse que o fogo consumiu o local muito rápido. Ela falou ainda da tristeza de ver o patrimônio da loja se perdendo. “É muito triste, o Mercadão da Peças faz parte da história, vende de tudo e é uma referência para o bairro do Telégrafo ", diz ela.


Risco de saques

Não bastasse o fogo e o risco aos imóveis, uma suposta ameaça de saque e arrastões aos estabelecimentos comerciais em chamas e casas atingidas gerou tensão, gritaria e uma correria generalizada em meio ao caos. Em seguida, homens da Polícia Militar conseguiram controlar a situação, afastando populares e isolando a área.

Bombeiros usaram alta escada articulada

Somente após quase três horas de fogo contínuo e labaredas altas, os bombeiros fizeram uso da primeira alta escada articulada para auxiliar no combate às chamas. O equipamento, acoplado ao caminhão-tanque, foi usado para resfriar todo o interior do prédio, com o objetivo de apagar possíveis focos de alta combustão, que facilitam a propagação do fogo.


Transito desviado

O trânsito na avenida Senador Lemos, sentido Doca de Souza Franco-Entroncamento, foi desviado por agentes da Semob na altura da Senador Lemos com a travessa Djalma Dutra. Os guardas orientavam os condutores a subirem a Djalma Dutra, pegar a travessa Curuçá e, em seguida, seguir seus destinos.

Loja

A loja de autopeças existe há mais de 20 anos e emprega dezenas de pessoas. O estabelecimento compreende três prédios no quadrilátero formado: na frente, pela avenida Senador Lemos; nas laterais, pela rua Magno de Araújo e a travessa Coronel Luis Bentes; e aos fundos, a loja se aproxima da rua Frederico Schneippe.

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