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Golpe do 'falso leilão': após denúncias de vítimas paraenses, dupla é presa e investigada pelo crime

Os criminosos criavam uma página na internet e faziam a exposição de veículos, como caminhões e carros de luxo, para serem leiloados com valor bem abaixo do praticado no mercado

O Liberal

Após diversas vítimas paraenses da região de Belém e também do interior do estado procurarem a Polícia Civil para denunciar o golpe conhecido como “Falso Leilão”, duas pessoas foram presas nas cidades de Santo André e São Caetano do Sul, no Estado de São Paulo. As prisões foram efetuadas a partir pela Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECC) da Polícia Civil do Pará, por meio da Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais Praticados por Meios Cibernéticos (DCEP), que deflagrou, na última quinta (20) e nesta sexta-feira (21), a operação “Lance Maior” para dar cumprimento a mandados de prisão preventiva e busca e apreensão contra investigados pelos crimes de estelionato pela via de fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo a polícia, no golpe do “Falso Leilão os criminosos criavam uma página na internet e faziam a exposição de veículos, como caminhões e carros de luxo, para serem leiloados com valor bem abaixo do praticado no mercado.

Como é o golpe do falso leilão?

Com fotos, documentos e informações sobre os bens, o grupo criava mecanismos para dar credibilidade à página, induzindo as vítimas a oferecerem lances pelos bens expostos. Após vencerem o suposto leilão, as vítimas recebiam a carta de arrematação com a ordem de pagamento via boleto ou por meio de depósito em contas registradas em nome de “laranjas”, como se fosse a conta do leiloeiro oficial, e realizavam o pagamento.

Ao se deslocarem ao pátio onde estaria o veículo arrematado, descobriam que lá funcionava outra empresa e que haviam sido enganadas pelo grupo criminoso.

Investigação

De acordo com a PC, após intenso trabalho investigativo, as equipes policiais conseguiram chegar a dois envolvidos no esquema. Os mandados de prisão foram cumpridos contra uma mulher, que era tida como a responsável pela empresa falsa criada para a aplicação do golpe, e um homem, que, segundo as investigações, fornecia seus dados bancários para recebimento de valores ilícitos e recebia, para isso, um percentual para o empréstimo da conta.

De acordo com a delegada Vanessa Lee, titular da DECC, é preciso estar atento às ofertas recebidas em ambiente virtual. "Os crimes cibernéticos não possuem limite territorial. O ambiente virtual permite com que criminosos de qualquer parte do Brasil e do mundo apliquem golpes. Por conta disso, é importante que as pessoas fiquem atentas a qualquer oferta recebida e desconfiem da extrema facilidade oferecida pelos criminosos. Em caso de desconfiança, não forneça dados ou efetue pagamentos. E procure contatos, indicações de pessoas de confiança ou canais oficiais das empresas prestadoras de serviços", orienta.

O delegado Márcio Murilo, responsável pela investigação do caso, explicou que os criminosos agiam como uma organização criminosa, na qual uma parte de seus membros era responsável pela criação das páginas de leilão falsas, e outra parte atuava como núcleo financeiro, responsável por conseguir contas bancárias e chaves PIX de “laranjas, as quais eram repassadas às vítimas para o recebimento dos valores do golpe.

Denúncia

O delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Walter Resende, destaca que é "extremamente importante que as vítimas registrem as ocorrências nas unidades para que os casos possam ser devidamente apurados pelas equipes policiais e os responsáveis penalizados pelos crimes".

As diligências policiais vão prosseguir com o objetivo de identificar e responsabilizar outras pessoas envolvidas no esquema criminoso. A PC ressaltou que denúncias de casos similares podem ser feitas pelo disque denúncia 181, ou presencialmente, na sede da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos, que fica localizada na Avenida Pedro Miranda, 2.288, bairro da Pedreira, em Belém.

Polícia