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Famílias são retiradas de terreno da Petrobras durante reintegração de posse

Previsão é de que a via seja interditada, entre a rodovia do Tapanã e a base Tapanã da Petrobras, até o dia 10 de maio

João Paulo Jussara e Victor Furtado

O terreno da Base Tapanã da Petrobras, na rodovia Arthur Bernardes, em Belém, será desocupado. A Polícia Militar iniciou, nesta quinta-feira (6), a reintegração de posse do terreno. Até o próximo dia 10, a via será interditada no trecho entre a rodovia do Tapanã e a área da Petrobras. Logo, motoristas devem procurar outras rotas de acesso. No local, a estimativa é de que moravam, irregularmente, cerca de 300 famílias; aproximadamente mil pessoas ao todo.

Somente moradores da área e trabalhadores da empresa Agropalma poderão ter acesso ao trecho interditado durante o período de desocupação. No entanto, devem comprovar o trabalho ou moradia. Na manhã desta quinta, policiais e agentes de trânsito estiveram na rodovia Arthur Bernardes para orientar sobre rotas alternativas.

Na área, os ocupantes quase não quiseram falar. As pessoas estavam focadas apenas em embarcar os pertences e restos dos barracos improvisados. Muitos nem sabiam ainda para onde iam. Entre eles estava a jovem Liliane Nascimento, de 25 anos. Desempregada, mãe de dois filhos, com um companheiro também desempregado. A família estava morando há quase três meses na ocupação, após ter saído do arquipélago do Marajó em busca do sonho da casa própria.

"Nos prometeram que não precisaríamos sair no domingo. Na segunda, já disseram que não poderíamos ficar e que deveríamos sair ou a polícia iria tocar o terror. Por sorte, tenho uma comadre aqui e levei as crianças pra lá. Queremos uma resposta. Dizem que iam nos levar para um terreno em Outeiro, mas não sei. Essas pessoas estão brincando com vidas" - Liliane Nascimento

 

Junto aos policiais, estavam presentes no local representantes de órgãos sociais e veículos de apoio para as mudanças das pessoas que ocupavam o terreno. A operação conta com 182 policiais. O comandante da operação, tenente-coronel Aquino, ressalta que, talvez, a operação seja encerrada antes do dia 10.

"Nosso planejamento é de que seriam cinco dias, pelo levantamento de nosso setor de Inteligência e quantidade de pessoas. Alguns começaram a sair logo após o último dia 3, dia da leitura do mandado de reintegração. Outros permaneceram e talvez nem precisemos do prazo total. A retirada está sendo pacífica" - Tenente-coronel Aquino, comandante da operação

Em nota enviada à reportagem, a Companhia de Habitação do Estado do Pará (Cohab) informou que não possui nenhuma relação com a reintegração de posse. "Entretanto, sobre a situação das famílias, a Cohab informa que aquelas que se enquadram nos critérios técnicos do programa 'Sua Casa', podem procurar a Companhia de Habitação para solicitar inscrição. O recurso é destinado para auxiliar na aquisição de material de construção civil e para pagamento do pedreiro", informou.

A reportagem solicitou nota à Prefeitura Municipal de Belém (PMB) e aguarda resposta.

Polícia