Delegacia de Crimes Funcionais investiga caso de jovem baleada por PM no Guamá
O caso aconteceu na tarde deste domingo (3). A vítima está hospitalizada e o foi suspeito encaminhado ao Centro Integrado de Atenção Psicossocial (Ciap) levar um golpe de canivete desferido pela jovem
A Delegacia de Crimes Funcionais (DECRIF) investiga o caso de uma jovem de 24 anos baleada por um policial militar no bairro do Guamá, em Belém. A vítima, Catharina Kethellen da Silva Palmerin, está hospitalizada. Segundo a família da moça, ela reagiu a um suposto abuso sexual praticado pelo militar. O fato ocorreu na tarde de domingo (3). A família registrou um boletim de ocorrência e contou à Polícia Civil que Catharina estava em uma parada de ônibus na avenida Barão de Igarapé-Miri, próximo à avenida José Bonifácio, entre 14h30 e 15 horas.
Nesse momento, o homem se aproximou, passou a cercá-la e chegou e tentou puxá-la, pelos braços, para junto das barracas da feira do Guamá. Para se defender do ataque, Catharina desferiu um golpe de canivete no agressor. Ele, então, sacou a arma e atirou na mulher, ferindo-a no abdômen. A vítima foi socorrida e está internada no Pronto Socorro do Guamá, onde foi operada. O suspeito foi identificado como Arthur Santos Júnior que, ainda segundo a ocorrência policial feita pela família, apresentava sintomas de embriaguez.
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Moradores da área tentaram defender Catharina. Mas o homem apontou a arma para eles, ameaçando-os, e em seguida fugiu. Mas, logo depois, foi apanhado por uma guarnição da Polícia Militar e levado para receber atendimento médico em um hospital particular. A família da vítima também está preocupada porque o policial sustenta a alegação de que Catharina tentou assaltá-lo, o que, garantem os parentes, não é verdade, havendo, inclusive, vídeos do ataque sofrido pela vítima. Catharina é aluna do último semestre de Enfermagem e participa de projetos voluntários.
Nesta segunda-feira (4), a Polícia Civil informou que o suspeito está preso preventivamente. Já a Polícia Militar lamentou o ocorrido e afirmou à redação integrada de O Liberal que não compactua com qualquer tipo de violência. Além disso, a PM informou que a DECRIF procedeu ao flagrante do militar, que continua hospitalizado e está à disposição da Justiça. “Foi instaurado inquérito policial militar para apurar o fato no âmbito institucional e o agente permanecerá afastado das atividades laborativas. A PM reitera que não compactua com desvios de conduta de qualquer agente”, diz o comunicado.
Coren-PA repudia violência sofrida pela estudante
O Conselho Regional de Enfermagem do Pará (Coren-PA) se manifestou sobre o ocorrido, por meio de nota, na noite desta segunda-feira. O comunicado, assinado pela presidente Danielle Cruz, diz que a entidade “refuta e rechaça vigorosamente quaisquer atos de violência e assédio contra a mulher, em todos os espaços e instituições”. A nota destaca ainda o papel da Polícia Militar como essencial à proteção e promoção dos direitos humanos.