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Comandante do 24° Batalhão da Polícia Militar é afastado após morte de pedreiro no Tapanã

Família diz que Antônio Ivanildo Queiroz foi torturado e morto por uma guarnição da Polícia Militar na área de responsabilidade do 24º BPM

O Liberal

O tenente-coronel Lima Neto, foi afastado de suas funções como comandante do 24° Batalhão de Polícia Militar (BPM) do Pará. A decisão que exonera José Fernandes Alves de Lima Neto do comando do batalhão que policia bairros como Parque Verde, Mangueirão, Pratinha e Tapanã foi assinada pelo Comandante Geral da PMPA, Coronel José Dilson Júnior, e foi publicada no Boletim Geral da Polícia Militar da última segunda-feira, 30.

A exoneração do tenente-coronel, que foi realocado para exercer a função de Chefe do Fiscal Administrativo da PMPA, foi publicada quatro dias depois da morte do pedreiro Antônio Ivanildo Queiroz, de 45 anos, cuja família diz que foi torturado e morto por uma guarnição da Polícia Militar na área de responsabilidade do 24º BPM, na tarde de sexta-feira (27), no bairro do Tapanã, em Belém.

No dia do sepultamento de Antônio, também no último domingo, parentes e amigos carregavam cartazes com pedidos de justiça. Segundo os familiares, ele trabalhava numa pequena obra na cozinha da casa dele, na rua Santa Lúcia, no bairro do Tapanã, quando policiais militares invadiram a residência, por volta das 16h de sexta-feira. Os PMs chegaram afirmando que haviam recebido denúncia anônima sobre a existência de drogas ilícitas dentro do imóvel. A família assegura que os policiais não encontraram entorpecentes na casa.

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Parentes, que pediram para não serem identificados, também denunciam que os militares agrediram a esposa do pedreiro e tiraram ela de casa, trancando o portão por dentro. Eles dizem que Antônio foi torturado com o uso de um saco plástico, numa prática sequencial que o sufocou até a morte.

A guarnição de PMs saiu da casa, levando o pedreiro para a UPA do Tapanã, sob a alegação de que ele teria tido um infarto. Não se sabe ao certo se o pedreiro já deu entrada morto na UPA do Tapanã. Mas, há a informação que na UPA, a família soube que Antônio tinha “sinais de asfixia mecânica por constrição externa do pescoço”. A família registrou ocorrência policial e pede esclarecimentos e justiça.

Em nota enviada a O Liberal, no último domingo, 29, a Polícia Militar informou que acompanha as investigações e aguarda o laudo do Instituto Médico Legal Renato Chaves (IML), para se posicionar.  Ainda, a PM enfatiza que não compactua com desvios de ética de qualquer de seus integrantes.

Segundo o promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, o afastamento do tenente-coronel faz parte da investigação do caso, para que o processo "ocorra de maneira transparente". "A gente teve uma reunião ontem, que determinou que o caso vai ser investigado pela Corregedoria da Polícia Militar, com acompanhamento do Ministério Público", informou o promotor.

 

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