Vídeo mostra movimentação de policiais federais antes da morte de jovem durante operação em Belém
A operação Eclesiastes foi deflagrada na quarta-feira (8) e terminou na morte de Marcello Vitor Carvalho de Araújo, de 24 anos, filho de uma escrivã da Polícia Civil
Um vídeo obtido pela reportagem do Grupo Liberal mostra a movimentação de policiais federais momentos antes da morte de Marcello Vitor Carvalho de Araújo, de 24 anos, durante a Operação Eclesiastes, deflagrada na manhã de quarta-feira (8), no bairro do Jurunas, em Belém. As imagens registradas pelo sistema de segurança do condomínio revelam o momento em que os agentes chegam ao prédio onde o jovem morava com a mãe, a escrivã da Polícia Civil Ana Suellen Carvalho. O corpo do jovem foi velado nesta quinta-feira (9) em uma funerária particular, no bairro do Guamá, em Belém. Não há informações sobre o sepultamento.
De acordo com as gravações, o primeiro policial chega à portaria às 5h47 da manhã, vestindo roupas civis e portando um rádio comunicador. Ele aguarda a chegada dos demais integrantes da equipe. Minutos depois, vários carros da Polícia Federal estacionam em frente ao prédio e, em seguida, pelo menos oito agentes armados e equipados entram no condomínio. As câmeras registram o grupo formando uma fila na portaria antes de acessar o interior do edifício.
Às 5h50, as imagens mostram os policiais dentro do elevador. Dois minutos depois, às 5h52, eles aparecem saindo do equipamento, já no andar do apartamento onde Marcello estava. Em seguida, as gravações são interrompidas, não sendo possível visualizar o que ocorreu depois. Pouco tempo depois, o jovem foi baleado e morreu ainda no local.
A Polícia Federal informou que Marcello teria reagido à abordagem e tentado desarmar um dos agentes. Familiares, porém, contestam a versão e afirmam que ele foi morto por engano, sustentando que o verdadeiro alvo da ação seria Marcelo Pantoja Rabelo, conhecido como “Marcelo da Sucata”, preso no mesmo imóvel.
A operação Eclesiastes tem como objetivo desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento com tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontaram movimentações financeiras superiores a R$ 1 bilhão. As ordens judiciais da 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará determinaram 19 prisões preventivas, 30 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de bens e valores que podem chegar a R$ 1,5 bilhão.
A repercussão do caso levou o Ministério Público Federal (MPF) a instaurar um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar as circunstâncias da morte e a conduta dos policiais federais.
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