Trio é detido por extorsão ao se passar por funcionários da Celpa em Igarapé-Açu
Homens cobravam valores indevidos de comerciantes dizendo terem encontrado ligações clandestinas em estabelecimentos
A Polícia Militar prendeu três homens na tarde desta quinta-feira (19) em Igarapé-Açu, nordeste paraense, sob a acusação de extorsão ao se fazerem passar por funcionários das Centrais Elétricas do Pará (Celpa). Dimes Pereira Campos, Geremias Cunha Sá e Ruan Guilherme Soares Garcia foram denunciados por estarem extorquindo comerciantes na cidade, chegando a receber valores em dinheiro por conta de usarem uniformes da Celpa, fingindo detectar irregularidades na rede elétrica.
Usando nomes falsos, eles iam a determinados estabelecimentos comerciais alegando problemas nos medidores de energia elétrica, dizendo que os equipamentos estavam fraudados e exigindo vantagens econômicas indevidas para não multar as vítimas. A última pessoa a ser extorquida teria sido uma mulher que é dona de um escritório de Contabilidade, onde os falsários disseram ter achado uma ligação clandestina (gato) na rede de transmissão de energia, cobrando o valor de R$ 4 mil para não multá-la.
Após muita conversa, a proprietária e os supostos servidores marcaram o pagamento para a tarde do dia 19, mas ao contrário do combinado, a mulher ligou para a polícia e para a Celpa. Comprovado que eles não eram funcionários da empresa, foi feito o flagrante do trio e eles foram levados à delegacia, onde foram autuados por extorsão.
Dimes Pereira Campos, de 33 anos, é eletricista é já foi preso por crimes semelhantes na Região Metropolitana de Belém. Em 2010, ele foi detido pela Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) da Polícia Civil após ser acusado de ser contratado por pessoas físicas e empresas de pequeno, médio e até grande portes para fazer a instalação elétrica que desviava a energia. Nesses casos, ele também se apresentava aos clientes como técnico da concessionária de energia elétrica Celpa para realizar o serviço ilícito, onde ele trabalhou entre os anos de 2001 e 2002.
A Celpa enviou algumas orientações para que cidadãos não sejam enganados por esse tipo de criminoso. Colaboradores e funcionários terceirizados que atuam em contato com os clientes, como atendentes de agências, eletricistas, leituristas e demais profissionais de serviço de campo, possuem um fardamento com a identificação da empresa. É importante observar a presença de crachás com o nome do profissional impresso, a marca da empresa para a qual ele presta serviço e, claro, a marca da Celpa. Os veículos utilizados em campo pela concessionária e suas prestadoras também são padronizados,e neles são visíveis tanto a marca da empresa terceirizada, quanto da concessionária.
A distribuidora também esclareceu que em algumas situações envia às residências dos clientes agentes da concessionária para formalizar acordos, como, por exemplo, a negociação de faturas. Estes profissionais são treinados com técnicas de abordagem e tratamento, para que o cliente seja tratado com total cordialidade. "Vale destacar, também, que sob nenhuma hipótese o agente está autorizado a receber valores em dinheiro diretamente do cliente", diz o comunicado da concessionária. Por fim, a Celpa orienta que caso o cliente identifique algum tipo de desvio de conduta dos agentes terceirizados da concessionária, que seja feito o contato imediato com algum dos canais de atendimento da Celpa, seja nas agências ou por meio do número 0800 091 0196.