Prefeito pode responder por ao menos 7 crimes após agressões a jornalistas na COP, afirma advogado
Advogado cobra medidas urgentes e responsabilização de Aurélio Goiano, que agrediu repórteres na área restrita da conferência internacional
O advogado criminalista Luiz Araújo, que representa os três jornalistas agredidos na sexta-feira (14) dentro da Zona Azul da COP30, afirmou que o prefeito de Parauapebas, Aurélio Goiano (Avante), deverá responder por pelo menos sete crimes após os ataques cometidos contra os profissionais do Grupo Liberal: Isis Bem, Vanessa Araújo e Wesley Costa.
As agressões ocorreram na área mais restrita da conferência, onde o acesso é permitido apenas mediante credenciamento rigoroso e fiscalização internacional, por se tratar de espaço sob jurisdição da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com Araújo, as jornalistas Isis Bem e Vanessa Araújo foram “brutalmente agredidas em questões de gênero”, sofrendo ataques verbais e ameaças enquanto exerciam suas funções profissionais. Já o repórter Wesley Costa foi ofendido e agredido fisicamente com um tapa no rosto, durante uma transmissão ao vivo de dentro do estúdio montado na COP30.
“Todos os jornalistas hoje se sentem ameaçados para exercer o profissionalismo e continuar fazendo a cobertura dentro da Zona Azul. O mais grave é que membros da ONU disseram às vítimas que não poderiam conduzir o prefeito até uma autoridade policial, pois não têm poder de polícia, assim como não poderiam autorizar a entrada de agentes da polícia brasileira na área. Com isso, o prefeito saiu ileso”, afirmou o advogado.
Diante da gravidade do episódio, o advogado informou que já solicitou medidas cautelares à polícia para proibir o prefeito de entrar novamente na Zona Azul, além de pedir que a organização da COP30 seja oficialmente notificada. Ele também requisitou que o presidente da conferência climática garanta a segurança das vítimas e impessa novo credenciamento de Aurélio Goiano.
Segundo Araújo, os crimes que podem ser imputados ao prefeito incluem:
- Lesão corporal
- Crimes contra a honra
- Constrangimento ilegal
- Coação
- Ameaça
- Misoginia
- Injúria discriminatória
Outros enquadramentos penais ainda estão sendo analisados pela equipe jurídica.
“O ataque a qualquer jornalista é um ataque à liberdade de expressão. O Estado Democrático de Direito não pode permitir isso. Estamos diante de crimes de misoginia. Não é possível que, em pleno século XXI, uma autoridade pública ainda entenda que mulheres não podem exercer uma profissão tão digna como o jornalismo”, declarou Araújo.
As três vítimas registraram boletins de ocorrência, e as denúncias estão sob apuração pelas autoridades. O advogado finalizou reforçando que espera urgência por parte do Estado brasileiro para garantir a integridade física dos profissionais e assegurar que o Grupo Liberal possa continuar cobrindo a COP30 com segurança.