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Mais de 1.270 casos de furtos de hidrômetros foram registrados em 2024, no Pará

Além dos prejuízos financeiros, o crime afeta o abastecimento de água em diversas áreas

O Liberal

O Pará registrou 1.271 casos de furtos de hidrômetros no ano de 2024, conforme a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). Além dos prejuízos financeiros, o crime afeta o abastecimento de água em diversas áreas e prejudica os moradores. No ano de 2023, ainda de acordo com os dados, ocorreram 2.994 notificações sobre a prática criminosa. Já neste ano de 2025, entre janeiro e julho, 628 crimes do tipo foram denunciados. A subtração do equipamento gera a perda de informações sobre o consumo e pode ocasionar o potencial desperdício de água.

O hidrômetro é responsável por medir o consumo de água nas residências. Ele garante uma cobrança justa, baseada no uso real, além de ser uma ferramenta fundamental para o controle de perdas e na identificação de vazamentos. Segundo o engenheiro sanitarista da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), Flávio Silva, os hidrômetros também podem ajudar a detectar problemas internos nos imóveis.

“Através da análise dos dados do hidrômetro, é possível verificar se há perdas na redistribuição ou até mesmo vazamentos internos”, explicou. Apesar da importância, esses equipamentos se tornaram alvo de furtos. “O valor econômico do material é muito baixo, mas a presença de pequenas partes metálicas ainda desperta o interesse”, diz.

Prejuízos à população

O furto do hidrômetro causa, principalmente, interrupções no fornecimento de água. “Quando o equipamento é retirado, o fluxo de água entre a rede de distribuição e a rede interna do imóvel é interrompido. Isso gera desabastecimento imediato e, em alguns casos, vazamentos”, destacou o engenheiro.

Flávio Silva destacou ainda que os furtos geram desperdício de água tratada e impactam diretamente na rede de abastecimento. “Quando ocorre vazamento após a retirada do hidrômetro, há perda de toda a água já processada, que envolve custos de tratamento, produtos químicos e energia elétrica. Além disso, usuários vizinhos também acabam sendo prejudicados com a redução da pressão na rede”, ressaltou.

Segundo ele, há situações em que moradores não percebem o furto, pois os criminosos improvisam tampas para evitar o vazamento. “Muitas vezes, o cliente pensa que está sem água por falha da companhia, quando na verdade o hidrômetro foi levado”, acrescentou.

Impactos financeiros

Além do prejuízo aos moradores, a Cosanpa também arca com custos significativos. “A companhia não repassa ao cliente os gastos com reinstalação. Isso inclui a compra de um novo hidrômetro, o deslocamento da equipe técnica e a mão de obra da empresa terceirizada responsável pela instalação”, explicou Flávio Silva. Vale ressaltar que os equipamentos danificados não poderão mais ser utilizados.

Há ainda perdas indiretas, como a água desperdiçada em possíveis vazamentos e o impacto no fornecimento para outros usuários da região. “É um prejuízo ecológico e financeiro, porque envolve também o desperdício de produtos químicos e energia elétrica utilizados no tratamento da água”, completou.

O prazo de atendimento da Cosanpa é de até 24 horas. Já para instalação de um novo hidrômetro, o prazo é de até 90 dias e é necessário o registro da ocorrência em uma unidade da polícia. Durante este período, nas faturas seguintes, virá o cálculo médio do consumo histórico mensal do cliente. É importante que o cidadão compareça à delegacia mais próxima ou na Dioe (Divisão de Investigação e Operações Especiais) para que a pessoa que tenha o hidrômetro furtado tenha o devido respaldo.

Prevenção

A Cosanpa orienta os consumidores a ficarem atentos ao estado de conservação do hidrômetro e de sua caixa de proteção.

“É importante que o morador saiba da relevância do equipamento, cuide dele e, caso perceba qualquer anormalidade, comunique imediatamente à companhia”, reforçou Flávio Silva.

Ele explica que não é permitido instalar grades ou barreiras adicionais no equipamento que acabam impedindo a leitura, mas a proteção original já oferece certa segurança. Em caso de furto, a recomendação é registrar um boletim de ocorrência e acionar a Cosanpa pelos canais de atendimento:

Além da proteção física, a melhor forma de evitar esse tipo de crime é a conscientização”, ressaltou Flávio Silva. Segundo ele, quando o morador entende a importância do hidrômetro para a medição justa do consumo e para a continuidade do abastecimento, tende a zelar mais pelo equipamento. “A educação do consumidor é fundamental para inibir os furtos”, completou.

Denúncia

O furto de hidrômetros é classificado como furto qualificado, tipificado no Artigo 155 do Código Penal Brasileiro. A pena para ele pode chegar de 1 a 4 anos de reclusão e multa. No Brasil, a água é considerada um bem público, e sua subtração por meio da fraude no hidrômetro, ou o furto do próprio equipamento, é considerado crime contra o patrimônio. A legislação foi alterada para aumentar as penas para crimes contra equipamentos essenciais, como os de fornecimento de água.

Site: www.cosanpa.pa.gov.br

Telefone: 0800 70 71 195 (apenas chamadas de telefone fixo)

Whatsapp: (91) 9255-7319

Divisão de Investigação e Operações Especiais (Dioe): Avenida João Paulo II, nº 948.