Justiça mantém presos sete suspeitos de chacina de garimpeiros na divisa entre Amapá e Pará
Eles passaram por audiência de custódia na quarta-feira (13) e foram encaminhados ao sistema prisional
A Justiça do Amapá manteve a prisão de cinco policiais militares, um guarda civil municipal de Laranjal do Jari e um garimpeiro suspeitos de participação na morte de oito garimpeiros na divisa entre o Amapá e o Pará. Eles passaram por audiência de custódia na quarta-feira (13) e foram encaminhados ao sistema prisional.
Os suspeitos haviam sido presos na terça-feira (12), em Macapá e Laranjal do Jari, durante operação da Polícia Civil do Amapá. Foram detidos: Douglas Vital Carvalho Costa, sargento da Polícia Militar; Matheus Cardoso de Souza, soldado da Polícia Militar; José Paulo Pinheiro da Silva Júnior, soldado da Polícia Militar; Iago Jardim Fonseca, soldado da Polícia Militar; Emerson Freitas dos Passos, soldado da Polícia Militar; Franck Alves do Nascimento, guarda civil de Laranjal do Jari; e Benedito Rodrigues Nascimento, garimpeiro.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Amapá, Cézar Vieira, os assassinatos ocorreram no lado paraense, a cerca de 200 metros do rio Jari, mas como vítimas e suspeitos viviam no Amapá, a apuração ficou sob responsabilidade das autoridades locais. “O cumprimento dos mandados reforça nossa convicção sobre a participação dos suspeitos. Nosso objetivo é esclarecer toda a verdade, sem deixar ninguém de fora”, afirmou Vieira.
De acordo com o delegado Breno Esteves, da Polícia Civil de Laranjal do Jari, os garimpeiros foram atacados quando retornavam do garimpo. “A dinâmica aponta para que tenha ocorrido quando eles estavam voltando do garimpo. E estariam as pessoas envolvidas esperando eles no porto e ali teria ocorrido o crime. Mais elementos a gente está apurando para poder verificar com todos os detalhes específicos”, explicou Esteves.
Um dos nove garimpeiros sobreviveu porque permaneceu no garimpo enquanto os outros desciam. A polícia acredita que os autores confundiram as vítimas com assaltantes que haviam agido na região dias antes para roubar ouro. Informações preliminares indicam que essa teria sido a motivação da chacina.
Os corpos foram encontrados em diferentes pontos da mata e do rio Jari. Duas caminhonetes usadas pelo grupo foram incendiadas.
As vítimas foram identificadas como: Antônio Paulo da Silva Santos, conhecido como “Toninho”, de 61 anos, natural de Cedro (MA); Dhony Dalton Clotilde Neres, conhecido como “Bofinho”, de 35 anos, natural de Itaituba (PA), garimpeiro legalizado em Calçoene; Elison Pereira de Aquino, conhecido como “Dinho”, de 23 anos, natural de Laranjal do Jari (AP), trabalhava com transporte de combustível para o garimpo; deixou esposa grávida.
Gustavo Gomes Pereira, conhecido como “Gustavinho”, de 30 anos, natural de Ourilândia do Norte (PA), morava em Macapá, casado e pai de um bebê de 1 ano; estava no local como visitante, sem vínculo com a atividade garimpeira; Janio Carvalho de Castro, conhecido como “Jane”, natural de Bom Jesus do Tocantins (PA), garimpeiro legalizado em Calçoene.
José Nilson de Moura, conhecido como “Zé doido”, de 38 anos, natural de Lagoa da Pedra (MA); Luciclei Caldas Duarte, conhecido como “Tripa”, de 39 anos, natural de Laranjal do Jari (AP), era piloto da voadeira usada pelo grupo; e Paulo Felipe Galvão Dias, de 30 anos, natural de Capitão Poço (PA).
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