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Em um ano, furto a veículos com o uso do 'Chapolin' sobe 70% no Pará

Esse dispositivo eletrônico, que é semelhante a um controle remoto, impede que os donos tranquem as portas dos carros, facilitando o franqueamento dos criminosos aos automóveis

O Liberal

Com uma aparência semelhante a um controle remoto e utilizado para impedir que os donos tranquem as portas dos veículos, o “Chapolin” tem se tornado uma forma que os criminosos encontraram para furtar pertences das vítimas que estejam guardados dentro do carro. De janeiro a dezembro de 2024, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) registrou 17 ocorrências de furtos com o uso desse equipamento no Pará, o que representa 70% a mais dos casos computados em 2023, que foram 10. Para evitar que esse delito seja concretizado, as autoridades alertam que existem formas de se precaver, como, por exemplo, a instalação de um sistema “anti-chapolin” no automóvel, que impede o funcionamento do dispositivo eletrônico.

O delegado Arthur Braga, titular da Divisão de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), informou que a Polícia Civil do Pará (PCPA) é responsável por reprimir o crime que já ocorreu. “Infelizmente, quando a prevenção falhou, a PC é acionada para reprimir, investigando os casos que nos são noticiados”, diz ele.

Além dessas situações, Braga comenta que existem apurações da PCPA que levam até o “Chapolin”. Ele lembra uma investigação que a DRFR realizou contra uma associação criminosa pela prática de roubo, com emprego de violência e arma de fogo. “Na hora de fazer a prisão de um desses suspeitos, nós localizamos seis equipamentos na casa dele, demonstrando que eles agem de várias formas”, conta.

O delegado Arthur fala que o “Chapolin” é fácil de ser obtido no mercado ilegal, até mesmo pela Internet. “Os criminosos que vendem têm grupos fechados para venda desses equipamentos, o que acaba aumentando o quantitativo de pessoas que utilizam essa ferramenta para cometer furto”, relata.

O simples fato de possuir um dispositivo desse não é considerado crime. É o que afirma o policial diretor da DRFR. “Existem controles de portão que acabam tendo a mesma função, mas, se ‘Chapolin’ for associado a alguma outra informação, acaba se tornando instrumento do crime”, afirma.

Para se proteger ao “Chapolin”, Braga dá algumas dicas. “A pessoa precisa se certificar de que, quando aciona a trava do veículo, tenta puxar a porta e vê que está trancada, que é a inspeção física do veículo. Também é preciso não deixar os pertences de forma aparente no interior do veículo; se puder, não deixe nada, mas, se precisar, esconda esses objetos. Deixe o carro estacionado em um local seguro, que tenha câmera e iluminado”, esclarece.

“Existem tecnologias anti-Chapolin em certos veículos, que conseguem identificar esse sistema e inibir o dispositivo. É importante que a pessoa que esteja colocando um equipamento desse no seu veículo pergunte se tem esse sistema (anti-Chapolin)”, conclui.

A prática de um furto com a utilização do “Chapolin” é descrita como furto qualificado, tendo punição de dois a oito anos de reclusão.