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Varíola dos macacos: órgãos de saúde do Pará devem apresentar medidas preventivas ao MPF

Respostas foram solicitadas à Sespa, à Anvisa e à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde

O Liberal

Os órgãos de saúde pública do Pará deverão apresentar quais são os planos de ação para evitar a entrada do vírus da varíola dos macacos no Pará. E ainda, combater eventuais casos suspeitos e confirmados da doença. As informações foram formalmente solicitadas pelo Ministério Público Federal (MPF).

Até o final da noite de terça-feira (21), o Brasil tinha 11 casos confirmados, sendo sete em São Paulo, dois no Rio de Janeiro e dois no Rio Grande do Sul. Dois dos casos confirmados receberam alta e os outros seguem isolados e em monitoramento.

À Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), o MPF solicitou informações sobre o planejamento e ações previstas para o enfrentamento de eventuais casos suspeitos e confirmados; sobre a instalação de uma Sala de Situação — ou medida semelhante — para monitorar o cenário da doença.

Também foi pedido à Sespa esclarecimento sobre se o Pará já estabeleceu contato com o Ministério da Saúde e com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a realização de planejamento e ações integradas e se o estado está preparado, em relação a leitos de isolamento, para eventuais casos suspeitos ou confirmados da doença.

Outro questionamento do MPF à Sespa é se o estado está preparado para a realização de monitoramento de eventuais casos suspeitos e de toda a cadeia de contatos de tais pessoas no estado e quais medidas vêm sendo adotadas para essa preparação, caso ela exista. As mesmas informações, em âmbito nacional, foram solicitadas à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde.

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Controle epidemiológico e vacinação

À Sespa, à Anvisa e à SVS, o MPF solicitou que informem como vêm realizando o controle epidemiológico em portos e aeroportos do Pará, destacando as ações informativas destinadas aos passageiros. Os órgãos também foram questionados se já consideram o uso de vacinas contra varíola comum ou contra varíola dos macacos, a serem aplicadas em público específico — como já vem sendo feito na Europa —, para frear eventual surto da doença em território paraense.

"Em relação a voos internacionais e a voos provenientes de estados que já possuam casos suspeitos ou confirmados da doença, o MPF pede respostas da Anvisa e da SVS sobre como está ocorrendo o controle para identificação de casos suspeitos da doença e se todos os passageiros estão passando por triagem e análise de histórico de viagem, entre outros fatores de suspeita, conforme normas técnicas aplicáveis", diz comunicado do MPF.

Por nota, a Sespa informou que "...não foi notificada pelo Ministério Público Federal acerca deste assunto. A Sespa informa, ainda, que não há casos suspeitos de monkeypox no Estado, no entanto já elaborou e divulgou documento com orientações para notificação e investigação de casos e que realizou contato com todos os Centros Regionais de Saúde para passar aos municípios informações sobre a prevenção da doença".

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A varíola dos macacos e o que se sabe

A varíola dos macacos é uma zoonose causada pelo vírus monkeypox. A infecção é caracterizada por erupção ou lesões cutâneas que geralmente se concentram no rosto, nas palmas das mãos e plantas dos pés, informa a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

O vírus é transmitido principalmente pelo contato com fluidos respiratórios, lesões, roupas ou objetos de pessoas infectadas. De acordo com a Opas, não há tratamentos específicos para a infecção pelo vírus da varíola dos macacos. Os sintomas costumam desaparecer espontaneamente, sem necessidade de tratamento.

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