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Unicef e epidemiologistas defendem medidas para reabertura imediata de escolas às aulas presenciais

Sessão que ocorre de forma virtual no Senado Federal, na manhã desta sexta (14), debate estratégias para o retorno seguro às aulas nas escolas de todo o Brasil

Redação integrada de O Liberal

A reabertura das escolas para o ensino presencial, com medidas básicas de proteção contra a covid-19, é uma medida que precisa ser tomada de forma urgente no Brasil por governos - e deve ser garantida de forma imediata nas estratégias nacionais voltadas à educação na pandemia. Esse é o tom geral da sessão de debates temáticos que ocorre de forma virtual, no Senado Federal, na manhã desta sexta-feira (14), para debater estratégias para o retorno seguro às aulas presenciais nas escolas de todo o Brasil. Acompanhe:

"Quero convidar a sociedade a pensar decisões em torno da prioridade de medidas que precisa ser dada às crianças, que são garantidas pela Constituição no Brasil. Não podemos esperar e precisamos agir agora. E reabrir as escolas o quanto antes", disse a representação Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) do Brasil, participante do debate. O Unicef defende a reabertura imediata das escolas de forma presencial, com garantia de segurança epidemiológica mínima nas salas de aula.

Além de parlamentares, a sessão também tem participação de entidades municipais, estaduais e federais, de todo o Brasil, voltadas à educação e à saúde. Neste momento, nenhum município brasileiro retomou aulas presenciais em todo o Brasil. As atividades são mantidas hoje de forma híbrida ou remota.

O Unicef ressaltou durante a sessão os grandes prejuízos causados à educação no País pela situação de prolongamento da pandemia, sem horizonte para mudanças no regime das escolas, para breve.

Crianças são menos vulveráveis


"Crianças são 22% da população, mas representam só 7% dos casos, e com taxa de três a cinco vezes menor de contrair a doença. Não são um grupo de risco, nem como fonte, nem como problema da infecção da covid-19. Nossa principal preocupação é com a relação das infecções das escolas com a comunidade", pontuou um dos participantes dos debates, o doutor Márcio Bittencourt, epidemiologista e pesquisador da Universidade e São Paulo (USP).

"Já se sabe hoje que, quando se abriu escolas de forma adequada, não houve aumento de transmissão na comunidade como um todo, segundo já se avaliou na Europa", ressaltou ainda Márcio Bittencourt. "Sabemos já que medidas simples têm impactos. Professor usar máscara, por exemplo, reduz de 30% a 40% as taxas de transmissão. 

Aulas presenciais têm poucos impactos, diz epidemiologista


O epidemiologista esclareceu ainda que o impacto do fechamento total das escolas pode ser mínimo diante dos cenários de agravamento dos números de casos. "Se abrirmos as escolas sem medida alguma de proteção, com zero intervenções, sabemos que será pior para crianças e comunidade que deixar os alunos ficar em casa. Se fizermos intevenções muito básicas, essa situação é melhor que deixar os alunos ficar em casa", afirmou o epidemiologista da USP.

Segundo diz Bittencourt, existem medidas que não são complexas, que podem permitir a reabertura das escolas de forma presencual, e que não impactam efetivamente a saúde pública na pandemia, segundo apontam hoje as pesquisas. "Já sabemos que a situação da pandemia nas escolas não piora a transmissão na comunidade inteira. Escolas não aumentam a transmissão comuntária. As escolas refletem, sim, a situação externa, mas não o contrário".

"De dois a três meses fechadas as escolas, a criança perde praticamente o ano de ensino. Além disso, a escola é onde muitas vezes onde elas comem, e é um ambiente de proteção social", ressaltou o pesquisador da USP.

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