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Um em cada cinco paraenses já teve covid-19, diz governo

Segundo inquérito epidemiológico da Sespa e Uepa, 1,34 milhão de pessoas no Estado já possuem anticorpos. A maioria, 63,8%, é de moradores de cidades

Redação integrada de O Liberal

Ao todo, 21% das pessoas testadas do Pará foram confirmados com resultados positivos para a covid-19 - ou seja já tiveram contato anterior com a doença ou apresentavam sintomas), confirmou esta sexta-feira (31) o governo do Pará, durante anúncio do governador Helder Barbalho, na manhã desta sexta-feira (31). Assim, a sondagem aponta que um em cada cinco paraenses já teve a doença, afere o monitoramento por inquérito epidemiológico realziado no Estado.

Em comunicado, o governo do Pará detalhou, neste início de tarde, os resultados da primeira fase da pesquisa epidemiológica realizada pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) em parceria com a Universidade do Estado do Pará (Uepa). A meta é traçar um panorama da covid-19 no Estado.

Na coletiva, Helder Barbalho esteve ao lado do reitor da UEPA, Rubens Cardoso, e de Pedro Vasconcelos, presidente do Comitê de Biosegurança da universidade. Também participam do anúncio Rômulo Rodovalho, secretário de saúde do Pará, e o secretário adjunto da Sespa, Cipriano Ferraz.

"Isso mostra que grande parte da população já foi acometida pela covid-19. Mas o quadro é muito variável entre as regiões do Pará", avaliou Pedro Vasconcelos, presidente do Comitê de Biosegurança da UEPA. Ao todo, o inquérito fez entrevistas com testagens em 52 municípios, nas oito regiões do Pará. O monitoramento foca os paraenses maiores de 12 anos.

"Ao todo, a sondagem aferiu que um total de 1.344.000 paraenses já possuem anticorpos detectados para a covid-19. Desses, a grande maioria, 63,8% dos que tiveram positivo, moram em cidades. O número é o dobro dos que tiveram a doença em áreas rurais do interior paraense", detalhou Vasconcelos.

Sondagem monitora presença do vírus no Pará


A pesquisa da UEPA envolve municípios de todo o Estado. Iniciou em Belém e Ananindeua, e seguiu para o interior do Pará no último dia 6 de julho. Foram coletados dados de 8.587 pessoas em 52 municípios. O resultado vai ajudar a definir a estratégia de combate à covid-19, especialmente no que diz respeito à retomada de atividades que foram suspensas em razão da pandemia.

O governo anunciou ainda esta sexta-feira que mais 9 mil testes devem ser feitos na segunda rodada de monitoramento, já a partir da semana que vem. Ao todo, são três as etapas, que abrangerão todo o Estado. Segunda etapa incluirá mais 32 municípios, com testagem iniciadas já nessa próxima semana. "Conclamamos a população para que confie no trabalho da UEPA e da saúde do Estado no combate à covid -19", disse o reitor da UEPA, Rubens Cardoso.

"Esse momento é de cautela. Temos visto que a população tem exagerado sua exposição. O governo orienta e recomenda, mas não manda nas pessoas. Cabe a elas tomarem decisões para o uso de máscaras e de isolamento, para evitar a exposição à doença ", avaliou Helder Barbalho, se referindo ao atual momento da pandemia no Estado. 

Pobres, jovens e urbanos no topo da contaminação
 

A primeira etapa do estudo "Evolução da prevalência de infecção pela covid-19 no Estado do Pará" fez um total de 8.587 entrevistas e testagens entre paraenses acima de 12 anos em 52 municípios das oito regiões do Estado.

Das  8.587 entrevistas, os exames registraram 21% de resultados positivos para a covid-19, enquanto 78,5% apresentaram resultados negativos nos testes e 0,5% tiveram resultados inconclusivos. Isso permitiu à pesquisa aferir  que o Pará possui pelo menos 1,34 milhão de paraenses (1.344.000 pessoas, para uma população estimada de 6,4 milhões de paraenses acima de 12 anos) com anticorpos para a covid-19 (ou seja, já tiveram contato com a doença no passado ou apresentam sintomas atualmente).

"Em números gerais, um em cada cinco paraenses já teve contato com o coronavírus, o que mostra que grande parte da população já teva a covid-19", ponderou Pedro Vasconcelos,  presidente do Comitê de Biosegurança da Universidade do Estado do Pará (UEPA).

Entre os pesquisados, 50,8% dos que apresentaram sinais positivos para a covid-19 eram mulheres, e  49,2% eram homens. Ao todo, 63,3% dos que tiveram testes positivos para a doença viviam em áreas urbanas, enquanto 36,75 moravam em áreas rurais.

Entre as faixas etárias, a mais representativa entre os contaminados aferidos pelo estudo é a dos paraenses entre 25 e 34 anos (22,4%), seguidos pelos que apresentaram teste positivo para a covid-19 e tinham entre 18 e 24 anos (18,7%). Essa massa de jovens e adultos (de 18 a 34 anos) representa um total de 41% dos casos positivos para o coronavírus estimado pelo estudo no Pará.

Dos participantes do inquérito epidemiológico que testaram positivo para o coronavírus, 51% eram pessoas das classes econômicas D e E, enquanto 38,6% eram da classe C e 10,4% pertenciam às classes A e B.

Dados variam em cada região


"Devemos ressaltar que a cobertura de 52 municípios corresponde a mais de 70% da população do Estado. Foram as maiores cidades, as médias e algumas cidades pequenas", avaliou sobre a amostragem Pedro Vasconcelos. Porém, a proporção de pessoas com a covid-19 no Pará, segundo estima estudo da Sespa e da Uepa, é diferente nas oito regiões de saúde pública do Estado.

A Região Metropolitana de Belém vem na frente, com maior proporção de pessoas que já tiveram a covid-19: 32,1% (883 mil pessoas com anticorpos). Em segundo lugar vem a região do Marajó Ocidental, que concentra as maiores cidades do Arquipélago Marajoara, com 28,5% de pessoas com anticorpos para a doença (59 mil entre os testados).

A região nordeste do Pará ficou em terceiro lugar (27,2% de presença do vírus), seguida pelos números de pessoas com covid-19 confirmados nas regiões de Carajás (24,1%), Tapajós (20,4%), Baixo Amazonas (17,1%), Xingu (9,9%) e Araguaia (7,2%).    

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