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UFPA: produção de conhecimento na Amazônia tem repercussão internacional

Instituição conquista posições em rankings internacionais e é destaque nacional

Eduardo Rocha

A produção de conhecimento na Amazônia ganha relevo no cenário internacional a partir do desempenho da Universidade Federal do Pará (UFPA) no ensino, na pesquisa e na extensão, como é verificado em edições 2022 de ranking internacionais e mais em destaque no cenário nacional da educação superior. São conquistas expressivas, a partir do lema “excelência e inclusão”, como ressalta o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho.

“Nosso lema tem sido “excelência e inclusão”. Buscamos fazer na UFPA ensino, pesquisa e extensão de ponta, trabalhando na fronteira do conhecimento e na vanguarda das transformações sociais e culturais. E buscamos ter na UFPA estudantes de todas as origens, de todas as condições socioeconômicas, de todas as etnias. A diversidade da nossa comunidade é a nossa maior riqueza, potencializa a nossa capacidade de realização e possibilita uma contribuição efetiva para a transformação da nossa realidade social, marcada pela desigualdade, pela exclusão, pelo racismo”, observa o reitor. 

“Não é possível ter uma instituição de excelência com um ambiente sociocultural excludente. E não se faz a inclusão necessária sem oferecer um ambiente de excelência acadêmica. Nossas metas para os próximos anos estão relacionadas aos muitos avanços ainda necessários nas duas direções”, acrescenta Emmanuel Tourinho. 

Construção

Na avaliação do reitor Emmanuel Tourinho, a construção de uma universidade de excelência leva décadas, ou séculos, e “o que temos hoje é o resultado do trabalho de várias gerações”. Ele diz que ainda há muito a conquistar, e os rankings precisam ser vistos como um retrato parcial do que as instituições realizam. “O reconhecimento nacional e internacional é uma conquista coletiva”, pontua.

Emmanuel Tourinho destaca que “as universidades públicas fazem muito mais do que a sociedade percebe no dia a dia”. Essas instituições oferecem ensino superior de qualidade e respondem por mais de 90% da pesquisa nacional. 

A UFPA, por exemplo, como frisa, elabora projetos para políticas públicas;  contribui com os movimentos sociais em suas lutas por direitos e cidadania; presta serviços tecnológicos para a indústria e dá suporte a empresas interessadas em inovação; desenvolve projetos de formação para professores da educação básica em todo o estado e recebe seus alunos em atividades de formação científica; atende a população em hospitais, clínicas, laboratórios, escritórios de apoio jurídico e serviços diversos; atua na preservação do patrimônio cultural do estado; presta serviços de regularização fundiária e promove atividades artísticas e culturais, entre outras ações. 

“Na pesquisa, somos um dos principais produtores de conhecimento sobre o bioma e o ambiente social amazônicos, seus impactos no clima global, a conservação dos recursos naturais e as culturas dos povos tradicionais. No ensino, temos experiências muito exitosas na inclusão de populações vulneráveis. E na extensão, construímos uma agenda de trabalho em parceria com organizações experientes e que têm o respeito da sociedade”, enfatiza o reitor.  A UFPA está presente em mais de 70 dos 144 municípios paraenses.

A UFPA tem priorizado o investimento naquilo que gera resultados acadêmicos e científicos mais prontamente, adiando despesas que também são indispensáveis, mas podem aguardar um cenário mais favorável. Desde 2017, a produção científica internacional cresceu 78% e as citações dessa produção cresceram 136%.  Foi também dado suporte para a permanência dos estudantes em vulnerabilidade socioeconômica.

Foco

A UFPA completará 65 anos em julho próximo. Só nos últimos trinta anos, formaram-se na instituição cerca de 120 mil graduados e 20 mil mestres e doutores. A Universidade possui doze campi, mas desenvolve atividades de ensino em mais de 70 municípios, em alguns casos com polos próprios, em outros em parcerias com prefeituras. Oferece hoje 155 cursos de graduação, 96 mestrados e 48 doutorados. Está entre as dez instituições do Brasil com maior número de programas de pós-graduação stricto sensu. A comunidade da UFPA reúne 2.906 docentes, 2.473 técnicos e cerca de 50 mil estudantes.

Relação

A cirurgiã-dentista Mayara Sabrina Luz Miranda, 32 anos, desde criança, moradora no bairro do Guamá, queria ingressar na Universidade. Concretizou o desejo: formou-se em Odontologia na UFPA em 2013; fez mestrado pelo programa Saúde, Ambiente e Sociedade na Amazônia (PPGSAS), em 2017. Ela atuou como professora substituta da UFPA em 2019-2021. É doutoranda em Doenças Tropicais pelo programa em Doenças tropicais do Núcleo de Medicina Tropical da UFPA.”Esse momento da UFPA é motivo de orgulho, mostra a competência e esforço dos professores e alunos em prol das pesquisa científica”, declara. 

Para a diretora adjunta do Núcleo de Medicina Tropical, a biomédica e doutora em Genética e Biologia Molecular Luisa Caricio Martins, “essa conquista representa os frutos do trabalho dos docentes e técnicos dessa universidade que atuam para uma educação pública de qualidade; apesar das dificuldades, desenvolvemos ensino, pesquisa e extensão com qualidade”. A professora Hellen Fuzii, coordenadora do Laboratório de Imunopatologia do Núcleo de Medicina Tropical da UFPA, destacou que durante o pique da pandemia a formação de novos pesquisadores prosseguiu no espaço. “Esperamos que esse trabalho renda frutos para o estado e região”, arremata.

Pará