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Trilha da 'vovó' Samaúma atrai visitantes de todos os lugares do mundo a Belterra

A árvore, com cerca de 1000 anos de idade e aproximadamente 43 metros de altura, é uma das atrações mais notáveis da região

Ândria Almeida

O turismo comunitário, nos últimos anos, tem sido uma das opções mais procuradas pelos turistas que querem fazer uma imersão na Amazônia. Na região oeste do Pará, essa prática desponta entre os visitantes. A Floresta Nacional do Tapajós, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), situada no município de Belterra, é uma das mais procuradas, por oportunizar muitas opções na exploração desse modelo turístico que gera conhecimento a quem busca e ainda impulsiona a economia das 27 comunidades, sendo que três delas são indígenas. As praias, trilhas, artesanato e a gastronomia encantam em cada experiência. Para os aventureiros, conhecer a famosa "vovozona" é a grande sensação, afinal, a árvore Sumaúma tem entre 900 e 1000 anos de idade, e é acessível por meio de uma caminhada guiada, na comunidade Maguari.

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Sons da Floresta

A trilha pela Floresta Nacional do Tapajós oferece aos visitantes uma experiência imersiva na natureza, graças aos sons dos pássaros e animais da floresta. Um dos destaques da jornada é o som do "batuque" da árvore Tauri. Segundo o guia turístico, a tradição de bater na árvore para produzir som era uma forma de comunicação dos antigos habitantes da região e também pode ter sido utilizada como um instrumento musical antes da criação desse tipo de aparato.

"Era como o telefone da floresta, usado para comunicação entre os povos quando estavam separados na floresta para colher frutas ou caçar. Eles batiam com a madeira e o eco do som podia ser ouvido de longe", explicou o guia José Orlando.

Hoje, os turistas podem experimentar o barulho da Tauri, mas de uma maneira diferente. O guia Orlando tocou um carimbó com o som do batuque da árvore, encantando os visitantes com o som da floresta sem a necessidade de instrumentos musicais.

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7km até a Samaúma, uma jornada inesquecível

A viagem de 7km pela floresta é cheia de aventuras, e seu destino é uma árvore verdadeiramente impressionante: a Samaúma. Com sua copa tão alta que não é possível visualizá-la completamente, a Samaúma chama a atenção de visitantes de todo o mundo.

De acordo com o guia turístico, seriam necessários 25 adultos de braços estendidos para abraçar a árvore. Mas o que realmente atrai as pessoas a esse lugar é a conexão com a natureza que sentem ao chegar lá. "Muitas ficam emocionadas em pensar em tudo o que a árvore já presenciou, outras pedem proteção. É um lugar mágico, já houve até casamentos aqui", contou o guia.

A fisioterapeuta Michele Soares veio de São Paulo para viver essa experiência única. "Eu vi documentários sobre a Samaúma e a região da Amazônia, e fiquei encantada com a preservação da área. Vale a pena todo o esforço de 7km de caminhada", afirmou.

Depois de toda a caminhada pela floresta, os visitantes chegam à Samaúma, uma árvore imponente e encantadora que atrai turistas de todos os lugares do mundo. Embora a vista da árvore seja um dos pontos altos da trilha, é importante destacar que há também diversas outras espécies da flora e até a observação de animais também é um atrativo, ainda que o avistamento de espécies raras não seja tão comum.

Por isso, é recomendável que os visitantes estejam sempre atentos e preparados para aproveitar ao máximo sua experiência na floresta. Quem sabe, se tiverem sorte, poderão ter a oportunidade de avistar algum animal selvagem enquanto contemplam a vista panorâmica durante a trilha ou mesmo na Samaúma. De qualquer forma, é uma viagem inesquecível e que vale muito a pena para aqueles que buscam se conectar com a natureza e viver uma experiência única.

Lenda do Curupira

A Samaúma é envolvida por algumas lendas, uma delas é a do lenda do Curupira, que segundo os moradores locais é o protetor da floresta, tendo escolhido as raízes da grande árvore como sua morada.

"Os antigos contam histórias sobre o Curupira acampado na sapopema (raízes) da samaúma, ele é visto como o espírito dos antigos caciques que morreram na floresta e agora servem como guardiões do local", explica Orlando, o guia.

Orlando complementa que o Curupira protege a floresta, mas também age contra aqueles que a desrespeitam, fazendo justiça na forma de punição.

A lenda do Curupira é muito importante para a cultura dos povos tradicionais da região. Ela é um exemplo de como a mitologia e a natureza estão fortemente ligadas na tradição dos habitantes locais. Além disso, a lenda serve como uma forma de proteção e preservação da floresta, uma vez que o Curupira é descrito como um guardião vigilante. Por isso, os visitantes são encorajados a respeitar a natureza e as tradições locais durante sua visita.

Como chegar na Flona

Para chegar a cidade de Belterra, a partida é feita na cidade de Santarém e o trajeto é de cerca de 49 km pela BR 163. Os visitantes têm três opções de transporte: carro, moto ou ônibus. As linhas diárias de ônibus para Jamaraquá partem às 12h30 da frente do Colégio Santa Clara na avenida São Sebastião, em Santarém, e retornam às 4h30 da manhã. Outra opção é reservar um pacote de passeio de barco ou lancha com saída de Alter do Chão. Para mais informações, fale com  o coordenador de turismo no cel: (93) 991701266.

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