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Projeto 'Tempo de Ler' já promoveu a alfabetização de mais de mil presos nos últimos quatro anos

Para o diretor de reinserção social da Seap, Belchior Machado, trata-se mesmo de um projeto de grande relevância dentro do planejamento da pasta, com o diferencial de alfabetizar um custodiado que poderá vir a se tornar um facilitador

O Liberal

Mais de 1,3 presos foram atendidos no projeto de alfabetização "Tempo de Ler", que atua desde 2019 em unidades prisionais do estado do Pará, sob gerência da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), em parceria com Instituto Brasileiro de Educação e Meio Ambiente (Ibraema). 

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A coordenadora de educação prisional da Seap, Patrícia Sales, relata que:

- 17 unidades estão executando o projeto;
- 15 estão em processo de levantamento da demanda de novos alunos e capacitação de facilitadores - que também podem ser detentos;
- 1 unidade erradicou o analfabetismo.

"Os que já têm uma certa idade achavam que nunca iam aprender a escrever ou ler, e ficam encantados, querendo realmente seguir na Educação" - Patrícia Sales, coordenadora de educação prisional da Seap.

Quem se envolve com o "Tempo de Ler" pode pedir remissão de pena ou pelo estudo ou pelo trabalho. Podem ser educandos aqueles que não foram alfabetizados e/ou sem escolarização, além de analfabetos funcionais. Já os professores devem ter pelo menos o Ensino Médio completo.

"É muito gratificante porque quando eles conseguem a ler e escrever, conseguem perceber o mundo em volta deles. Ficam numa enorme gratidão. Eles conseguem entender que eles têm condições de ir além no estudo. Os que já têm uma certa idade achavam que nunca iam aprender a escrever ou ler, e ficam encantados, querendo realmente seguir na Educação", revela Patrícia.

O material didático é apropriado para adultos, o que facilita a aceitação dos estudantes. O "Tempo de Ler" atende a uma demanda de pessoas que não conseguiam se desenvolver quando entravam no programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), e não conseguiam se desenvolver.

"Era preciso essa etapa prévia. Muitos sentem grande dificuldade em avançar, e quando a gente começou a trabalhar somente com os analfabetos e analfabetos funcionais, percebemos o interesse deles. O foco é, sobretudo, na reinserção, na ressocialização de quem está nas unidades prisionais, mostrar que já perspectiva de futuro fora dali", reforça a coordenadora.

Para o diretor de reinserção social da Seap, Belchior Machado, trata-se mesmo de um projeto de grande relevância dentro do planejamento da pasta, com o diferencial de alfabetizar um custodiado que poderá vir a se tornar um facilitador.

"Contribui para a reintegração das pessoas que hoje estão privadas de liberdade garantindo acesso à educação básica e sequência aos processos educativos, além de denotar a seriedade do trabalho da Seap na condução do sistema penitenciário paraense", conclui o gestor público.

Pará