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Técnica inovadora utiliza laser ou led em tratamentos

Sávio Bastos é fonoaudiólogo e explica tudo sobre a fotobiomodulação, técnica usada desde quadros de dor e inflamação até paralisia facial periférica

Igor Wilson

Dr. Sávio Bastos está trazendo luz, literalmente, para uma área que ainda está em evolução, mas com grandes resultados. O fonoaudiólogo de Ananindeua é um dos pioneiros na utilização da fotobiomodulação em sua área de atuação. A terapia complementar utiliza laser ou LED no auxílio a desinflamação e regeneração de células em tecidos lesionados. O médico paraense, que também é diretor do Centro de Fotobiomodulação e Saúde, chefe do Serviço de Fonoaudiologia do Hospital Pronto Socorro Mário Pinotti e professor acadêmico, está sendo bastante procurado em todo o país para ajudar profissionais a utilizar a técnica corretamente. Os resultados obtidos com a fotobiomodulação conquistam mais profissionais de várias áreas da saúde. Entre uma viagem e outra, Dr. Sávio conversou sobre a técnica com O Liberal.  

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Quais as vantagens da fotobiomodulação em comparação com as técnicas mais convencionais? 

A fotobiomodulação dinamiza as intervenções convencionais. No meu caso, sou fonoaudiólogo, então o laser ou o LED aceleram o processo de reabilitação dos pacientes mais do que em técnicas convencionais. O uso dessas luzes proporciona um tratamento indolor, além de ser uma técnica que tem uma quantidade pequena de contraindicações. O paciente não vai ter nenhum incômodo e o tratamento está disponível para tratar crianças, adultos e idosos. Também é importante destacar que o investimento é relativamente baixo em comparação com outras técnicas, com uma fácil aplicabilidade, rápida programação. Comparando com outras técnicas, como a eletroterapia ou o ultrassom, o laser tem um tempo diminuído de programação e de aplicação. Então você acelera o processo de reabilitação consideravelmente. 

Como o Sr. iniciou suas pesquisas sobre essa técnica? 

Sempre fui muito inquieto e buscava alguma possibilidade de melhorar meus processos de reabilitação. Queria trazer respostas mais rápidas na solução dos problemas dos meus pacientes. Então há muito tempo comecei tratamentos usando auriculoterapia, que é uma outra técnica maravilhosa. As luzes chegaram nesse caminho, pois estava a procura de uma terapêutica para complementar o tratamento com a auriculoterapia. Rapidamente percebi que eu tinha um recurso em mãos que poderia ter outras aplicabilidades, inclusive dinamizando o tratamento fonoaudiológico. Quando comecei quase ninguém utilizava laser ou LED na fonoaudiologia. Desde então fiz cursos de diversas áreas, já que não tinha curso caminhar especificamente. Hoje as evoluções dos pacientes chamam atenção de outros colegas, que estão procurando aprender mais sobre a fotobiomodulação. De estudante passei a ministrar aulas e ajudar em pesquisas por todo o Brasil, onde a técnica ganha cada vez mais adeptos. 

Como tem sido o crescimento da técnica no Pará? 

Em 2021 saiu a segunda Lei Federal que permite ao fonoaudiólogo usar fotobiomodulação para complementar o tratamento. Com isso, cresceu obviamente o interesse dos profissionais de várias áreas de buscar mais formação. Há o crescimento também do interesse de grupos de pesquisa. Todos passaram a ter um olhar mais diferenciado para fotobiomodulação em diversas áreas do conhecimento. Isso tem sido uma crescente inclusive aqui no Pará, porque diversos profissionais do âmbito hospitalar e domiciliares tem feito uso da técnica para dinamizar seus tratamentos, trazendo respostas positivas pros pacientes. Portanto, a procura tem sido bem significativa. 

Qual público procura mais pelo tratamento?  

É importante ponderar essa pergunta, porque o laser ou o LED não são procurados diretamente. Eles vão agregar, fazer parte do planejamento do tratamento que já está em andamento. Em nenhum caso a fotobiomodulação pode substituir algum tratamento. Mas, eu aplico a técnica dentro da fonoaudiologia em pessoas que tenham alteração do processo de deglutição, alterações de voz, mastigação, sucção, fala, respiração. Dentro desses processos a técnica é um auxílio para dinamizar também paralisia facial periférica, parestesia. Também há pesquisas que indicam que a fotobiomodulação tenha respostas clínicas bem interessantes para pessoas com alteração de olfato e de paladar, o que ficou em evidência com a pandemia.  

Crianças podem fazer a fotobiomodulação? 

Sim, podem fazer. A faixa etária não determina uma contraindicação para a fotobiomodulação. Então, de forma geral, salvo exceções raras, crianças, adultos e idosos podem ser beneficiados com as respostas que o laser e o LED conseguem trazer para o organismo. E uma das grandes vantagens dessa técnica e que a quantidade de contraindicações não é significativa. E boa parte delas não tem um caráter absoluto. Então o profissional que tem uma formação vai saber muito bem direcionar qual o melhor momento clínico de tratar e se eventualmente alguma área pode ou não receber o tratamento.  

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