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Brechós surgem como oportunidade para gerar emprego e renda para dezenas de famílias em Castanhal

Com roupas usadas, lugar é bastante procurado por costureiras e pessoas que trabalham com moda e customização

Patrícia Baía

Lugar muito simples e pequeno, mas bastante organizado. Assim é o brechó do André Nobre, de 26 anos, formado em designer de moda, que é apaixonado por garimpar roupas em diversos brechós e depois customizá-las. Quando criança André costumava acompanhar a sua avó nos brechós, pois era a única forma que ela tinha de comprar as roupas para família.

“Eu, minha irmã e meu primo formos criados pela minha vó e ela não tinha condições de comprar roupa nova pra família então desde cedo eu aprendi a garimpar nesses lugares as melhores peças. Minha vó também era costureira e quando a gente chegava em casa ela fazia os ajustes que eram necessários. Ela sempre foi a minha maior inspiração na vida e aprendi tudo só observando ela”, contou André Nobre.

No @nobreebrecho o cliente encontra de tudo. Tem roupas para todas as idades, alfaiataria masculina com destaque para os blazes. “São peças masculinas, mas podem ser usadas por mulheres também. Basta saber montar um look que fica estilosa”, contou.

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As roupas chegam ao brechó do André por meio de doação ou garimpadas em outras lojas de usados. E os valores vão de 1 a 30 reais. Os lucros com as vendas das roupas usadas fica em torno de 600 reais mensais. “Não estou trabalhando com carteira assinada no momento, então minha única renda vem daqui e consigo vender em torno de 600 reais. Quero um dia ter uma loja maior, mas sendo um brechó porque sou apaixonado por esse universo”, disse o empreendedor.

Brechó solidário

Dona Silvia Maria Queiroz, de 58 anos, é maranhense, pastora e mora em Castanhal há 12 anos. Mas somente há três anos montou o brechó na sala de sua residência e de forma simples. E também tem peças de roupas, bolsas e calçados para todas as idades.

A ideia de montar um brechó surgiu como forma de ajudar na construção de uma igreja evangélica no município do Mojú. “Lá era de madeira e eu senti necessidade de fazer alguma coisa. Então eu comecei a perguntar para as minhas amigas se elas tinham roupas que não queriam mais para me doarem porque eu ia vender para conseguir dinheiro para a obra”, contou Silvia Queiroz.

E as primeiras vendas foram logo se transformando em cimento, areia e outros materiais de construção. “Já são quase três anos que estamos nesta luta e falta só a cobertura para finalizar a igreja. O telhado ainda é o antigo”, explicou.

O brechó se tornou também a principal renda da empreendedora. Os valores das peças são de 5 a 40 reais. “Início de ano as vendas ficam um pouco mais paradas. Mas tem semana que eu vendo até 500 reais e a minha melhor venda até agora foi no Natal de 2021 quando consegui fazer mais de 1 mil reais”, contou dona Silvia Queiroz.

As roupas, sapatos e bolsas chegam até o brechó por meio de doação e dona Silvia não tem rede social e costuma mostrar as peças novas para suas clientes pelo whatsapp. “E assim eu vou vendendo e tirando a parte que é destinada a obra da igreja. Tudo isso foi Deus que colocou no meu coração. Estou seguindo o que foi determinado por Deus para que eu ajudasse a erguer uma igreja e o brechó foi a solução”, contou dona Silvia Queiroz.

 

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