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Renda extra: morador de Ananindeua cria marcadores de livros com vegetais desidratados

Os marcadores que saem das mãos de Lucas Gabriel têm como principal matéria-prima algo encontrado em abundância na natureza e que muitas vezes é desprezado como algum ‘matinho’.

Igor Wilson

São folhas, galhos e flores de muitas cores e tonalidades, espalhadas de forma meticulosa, milimetricamente ajustadas para formar não apenas paisagens, mas o universo particular de alguém gosta de ler. Os marcadores de livros que saem primeiro da cabeça e depois das mãos de Lucas Gabriel têm como principal matéria-prima algo encontrado em abundância na natureza e que muitas vezes é desprezado como algum ‘matinho’ por aí.

O morador da Cidade Nova 6 criou a marca ‘Marcador da Floresta’ em 2013. E tudo teve relação com pétalas. Estava com sua prima, quando ouviram, por acaso, um tio professor comentar que ganhara uma rosa de um aluno há muitos anos. “Ele disse que tinha guardado a rosa num livro porque queria preservar as pétalas, mas que elas estavam desgastando, que queria arrumar um jeito para elas durarem mais. Aquilo ficou na nossa cabeça e começamos a pensar nas soluções, pensamos até em envernizar [risos]. Até o dia que tirei um documento e na hora de plastificar tive um insight”, diz.

A conservação do documento de identidade no plástico foi o pontapé que Lucas precisava. Após uma viagem para Minas Gerais, começou a produzir marcadores para presentear amigos. A sutileza artística com simples vegetais encantou os presenteados, que começaram a incentivá-lo a comercializar. “De início eu pensei, ‘meu Deus, quem vai querer isso?’, mas com o tempo e a aprendizagem percebi que as pessoas gostavam muito do presente, que aquilo tinha um valor”, diz Lucas, que também era de marcar seus livros com ‘folhas ou qualquer coisa assim’ na adolescência.

TEMPO REI

O processo de produção de um marcador da floresta tem como principal ingrediente, além das folhas e flores, ele: o tempo. Tudo começa com a colheita dos materiais na natureza e depois o processo de desidratação dos vegetais. “Eu pego em parques, quintais, quando vejo alguma flor que gosto recolho e coloco para secar”, diz o artista.

O processo de desidratação de uma folha ou outro tipo de material vegetal é outro processo que requer paciência. Após a colheita, Lucas vai guardando tudo nos meios de livros. A partir daí, ele precisa aguardar de seis a oito meses para poder utilizar aquele material em algum marcador. Depois disso, vem a parte final, onde Lucas utiliza seu poder criativo para confeccionar as peças. Os marcadores da floresta nunca foram sua renda principal, mas um complemento importante. Mas agora, após sair da empresa onde trabalhava e com uma mudança novamente em breve, ele confia mais.

“Eu irei me mudar novamente para Minas Gerais, para uma cidade universitária. Acho que isso é positivo para a continuidade dos marcadores e aposto muito nisso. Vão ter estudantes saindo e chegando da cidade constantemente. Os marcadores me ajudam a economizar dinheiro e agora espero ir um pouco mais além com eles”, diz Lucas, que utiliza o perfil @lojamarcadordafloresta como principal meio de comunicação com os clientes.

Pará