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Rainha das Rainhas: entenda o retorno do concurso na 75ª edição, em 2023

Em clima de Terça-Feira Gorda, entenda o retorno do tradicional concurso promovido pelo Grupo Liberal e clubes sociais

Eduardo Rocha

Nos últimos dois anos, por causa da pandemia da covid-19, os paraenses e foliões em geral não puderam desfrutar das atrações do concurso Rainha das Rainhas do Carnaval, promoção do Grupo Liberal, mas uma boa notícia foi confirmada em plena quadra carnavalesca: a  75ª edição do RR está sendo programada para 2023. Ou seja, o evento, suspenso desde 2020, por causa da pandemia, será novamente realizado e em grande estilo. A expectativa para que isso aconteça é grande por parte das jovens da sociedade paraense, dos clubes sociais, de empreendedores e de profissionais do ramo da moda, entre tantos admiradores do concurso.

Aurélio Oliveira, head de Studio Digital e Content do Grupo Liberal, repassa que em 2021 e 2022 não foi possível se fazer a grande festa da 75ª edição do Rainha das Rainhas. “Foi realizada uma reunião com dirigentes dos clubes sociais, no final de 2021, e se resolveu aguardar um pouco mais para se fazer um grande evento, com a pompa que merece o concurso, que já faz parte da cultura paraense, do Carnaval do Pará, e a nossa expectativa é fazer em 2023 um evento que faça valer a importância que o concurso tem na memória das pessoas”, afirma.

Planejamento


Como uma das frentes de trabalho dos gestores e funcionários do Grupo Liberal para a realização do Rainha das Rainhas no próximo  ano, é feito um levantamento sobre a história do concurso. Diversas atrações são pensadas e encaminhadas para o andamento do Rainha em 2023. No entanto, não podem ser reveladas agora, para não estragar a surpresa.

Em 1947, Odete Chaves, do Clube dos Aliados, tornou-se a primeira rainha das Rainhas. O concurso foi criado pelos jornalistas Ossian Brito e Isaac Chaves. O Rainha ganhou impulso com o dinamismo dos veículos de comunicação do Grupo Liberal, idealizado por Romulo Maiorana. 

Em entrevista para uma edição de O Liberal em 1993, Ossian Brito contou que o Clube dos Aliados sediou a festa no primeiro momento do Rainha que contou com apenas 4 clubes no primeiro ano. “O prestígio que o concurso alcançou rapidamente fez com que a maioria dos clubes e associações carnavalescas participassem cada vez mais”, destacou Ossian. 

Em 1947, o concurso foi coordenado pelo jornal “Folha do Norte”, e, a partir de 1973, passou a ser realizado pelo Grupo Liberal, quando Romulo Maiorana decidiu fechar a “Folha do Norte”. No momento em que O Liberal assumiu o concurso eram somente 8 clubes na disputa do Rainha, e hoje são quase 20 agremiações. A Assembleia Paraense é o clube com maior quantidade de títulos: 15 conquistas.

Nos últimos anos, a sede da grande noite do Rainha tem sido o Hangar, no bairro do Marco. No entanto, o local da festa em 2023 ainda está sendo definido, ou seja, é algo em estudo mediante parceria com o Sindicato dos Clubes Sociais do Pará (Sindiclubes). O Rainha das Rainhas é o concurso de beleza mais longevo do Brasil.

Afeto


A reunião dos gestores do Grupo Liberal e dirigentes de clubes sociais no final do ano passado reflete bem o processo de organização e montagem do evento, assunto esse que está sempre em pauta. 

“O Rainha das Rainhas faz parte de uma memória afetiva muito forte dos paraenses, afinal, são gerações que passaram a assistir ao  Rainha, pessoas que compareceram e também comparecem ao local onde o concurso é realizado, e o concurso tem a memória de a família e os amigos se reunindo para conferir o evento, para torcer, para comemorar. E o que é interessante é que as mães já foram rainhas, depois, as filhas, inclusive, tem meninas que participaram do Rainha cuja avó já participou do evento, ou seja, o sonho da menina é seguir o mesmo caminho que a mãe um dia seguiu, que a mãe um dia seguiu”, pontua Aurélio.

Essa identificação latente do público com o Rainha das Rainhas está relacionada com o glamour, a tradição que o evento representa na vida das pessoas. Isso porque, como atesta Aurélio Oliveira, a pessoa que participa do concurso ganha notoriedade na cidade passa a fazer parte do rol de celebridades que já tomaram parte no RR. As candidatas declaram que participar de uma edição do concurso é concretizar um sonho acalentado há tempo.

Reinado


Como de 2020 até agora, o concurso foi suspenso para se evitar aglomeração de pessoas, a vencedora do Rainha naquele ano, Juliane Moraes, representando a Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa do Pará (Asalp), detém o maior mandato (2 anos) entre todas as rainhas. 

Para se ter uma ideia da força do Rainha das Rainhas do Carnaval, Aurélio Oliveira relata que ao longo ano o interesse é notório, a ponto de se ter fã-clube do Rainha. “Periodicamente, as pessoas entram em contato conosco, não apenas fãs do concurso, mas também estilistas e outros profissionais que perguntam sobre o andamento da produção para 2023. “Então, nunca deixa de ser um assunto para se comentar ou tratar em reunião”, acrescenta Aurélio.

Para quem atua no Rainha das Rainhas são pelo menos 6 meses de trabalho intenso, entre candidatas, coreografias, estilistas, preparadores físicos, dirigentes de clubes e pessoal de apoio, além dos próprios familiares das rainhas que se engajam nos preparativos. Entre as tarefas despontam a escolha das candidatas, definição da fantasia, inscrição da candidata, montagem da equipe que trabalhará com ela e ensaios.

Em 2020, foi retomada a transmissão ao vivo da grande noite do Rainha das Rainhas pela TV Liberal, no sábado, ao invés de o concurso ocorrer na sexta-feira à noite como nos anos anteriores. Em 2020, a transmissão do concurso resultou no maior pico de audiência no horário que a Rede Globo teve no Pará, como ressalta Aurélio. No final do primeiro semestre, os preparativos para o RR serão intensificados.

O concurso envolve a apresentação da candidata de cada clube inscrito (entre 15 e 17 agremiações), e, desse modo, cada uma delas é rainha de clube. Por isso, o título Rainha das Rainhas do Carnaval. As rainhas participam de eventos do concurso, o que inclui ensaios, reuniões técnicas, visita ao Grupo Liberal e a parceiros patrocinadores do concurso.

Juliane Moraes mantém clima da vitória


A noite de 15 de fevereiro de 2020 jamais será esquecida por Juliane Moraes, 21 anos, residente em Marituba e estudante de Odontologia. “É gratificante aproveitar um pouco mais esse sonho realizado”, declara ela, referindo-se ao fato de ser a rainha com maior mandato, de dois anos. 

“É gratificante aproveitar um pouco mais esse sonho realizado. Todos temos de ser responsáveis em combater a pandemia. Torço muito para o Rainha das Rainhas voltar em 2023”, diz a rainha Juliane Moraes

Juliane não esconde a felicidade de cursar Odontologia na Fibra. “Eu faço o curso do sonho, Odontologia, e isso me foi proporcionado pelo Rainha das Rainhas. É muito triste Belém ficar sem o Rainha das Rainhas por 2 anos, mas os responsáveis pelo concurso são cuidadosos, porque a vacinação ajuda muito, mas a pandemia da covid-19 está aí, e, então, todos nós temos de ser responsáveis em combater a doença”, diz Juliane.

No entanto, a atual rainha é a primeira a torcer pela volta do concurso. “Eu torço muito para o Rainha voltar em 2023, com todo o seu glamour, como uma atração do Estado. E, então, eu vou me apresentar novamente, e deverá ser de forma mais leve, sem a preocupação de estar competindo. Estou ansiosa para ter o concurso de novo”, finaliza a rainha Juliane Moraes, que conquistou esse título inédito para  a Asalp.

Pará