Projeto está mudando a vida de centena de mulheres em Marabá
Com aulas suspensas por conta da pandemia de covid-19, o projeto foi retomado em março deste ano e já tem polos ativos em todos os núcleos da cidade

O cair do sol é o sinal que milhares de mulheres de Marabá esperam para se dedicar às atividades do projeto Ginástica para Mulheres. Com aulas suspensas por conta da pandemia de covid-19, o projeto foi retomado em março deste ano e já tem polos ativos em todos os núcleos da cidade. No bairro Vale do Itacaiúnas, núcleo Cidade Nova, as aulas acontecem no pátio da Igreja Santa Terezinha e na Escola Municipal de Ensino Fundamental Doralice de Andrade Vieira. Juntos, os dois locais concentram mais de 200 alunas.
Leane Ribeiro é uma das que frequenta as aulas de ginástica desde o início do projeto. A auxiliar de serviços gerais não perde uma aula e já sente os efeitos positivos que a atividade física surtiu na saúde e no seu dia-a-dia. “Na hora que eu soube, eu já falei que eu queria vir. Eu estou aqui desde a primeira aula. Sou aluna fiel”, conta. “A gente cria aquele amor pela ginástica, né? Sem contar que faz muito bem para a gente. A minha saúde melhorou bastante. Eu sentia muito cansaço, respiratório mesmo. Até de andar, normalmente, eu me sentia muito cansada, ofegante. Hoje, eu já não sinto mais isso. E ainda perdi peso. Foram oito quilos a menos”, comemora a aluna.
Voz feminina muito popular nas cavalgadas, a locutora de rodeio Jocácia Mendes também frequenta as aulas na Igreja Santa Terezinha por causa da proximidade. “Já tem três meses que eu participo das aulas. Eu saí da minha gestação com 80 quilos. Mas associei os treinos com uma alimentação mais equilibrada e já eliminei 10 quilos”, afirma. “Ah, eu estou me sentindo muito mais jovem, mais bem disposta, porque eu estava com a autoestima muito baixa. Eu estava em uma fase da vida que eu só queria comer e dormir e sempre me sentia muito indisposta. Depois que eu comecei as aulas aqui, eu sou uma pessoa muito mais ativa”.
Os resultados chegam com o tempo, mas, de acordo com as alunas, o incentivo de um bom professor conta bastante. “A gente se sente motivada a vir. E, quando você se sente assim, não tem como falhar ou desistir das aulas. Isso faz muita diferença”, revela Laene. “Esse incentivo conta muito. Eu nem me via fazendo exercício físico, mas aí eu vim a primeira vez e agora não consigo mais ficar sem. Fica quase como um vício. E eu acabo chamando outras pessoas para virem também”, conta Jocácia.
Elas atribuem essa injeção de ânimo à professora Audinete Silva. Nety, como é conhecida entre suas alunas, é concluinte de graduação em Educação Física e uniu o útil ao agradável ao iniciar as aulas de ginástica. Como moradora do Vale do Itacaiúnas, ela percebeu uma carência na oferta de iniciativas públicas de promoção de atividades esportivas e chamou a responsabilidade para si.
“Eu sempre gostei de estar nesse meio de dança, de educação física. Eu estou finalizando a faculdade e preciso ter algumas horas de estágio. Então a Secretaria de Esportes comprou a ideia de abrir essas turmas aqui no Vale do Itacaiúnas”, comenta sobre a parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. “Eu sugeri aqui porque sou moradora do bairro e percebia o quanto era necessário ter atividade física gratuita para essa população. As aulas são sempre assim, lotadas”, diz a professora.
No projeto Ginástica para Mulheres, o incentivo é uma via de mão dupla. Para a professora Nety, cada mensagem de aluna agradecendo pelas aulas é um motivo a mais para continuar. Ela defende que as aulas trabalham o corpo, mas têm efeitos muito positivos também sobre a mente das praticantes, além de contribuir para melhorar as relações sociais das mulheres que hoje são adeptas da ginástica.
“Nossa, eu recebo muitas mensagens das meninas, agradecendo pelo projeto. Eu sei de alunas que tinham até problemas com a pressão arterial e agora está mais normalizada. Mas não só por resultados como o corpo, como a perda de peso, mas pela autoestima mesmo. Muitas passavam o dia em casa, várias alunas não têm condições de pagar uma mensalidade de academia, então esse é um momento nosso. A gente se encontra, a gente brinca, descontrai, dança, tem muita interação, muita conversa. E eu adoro isso! Quando chega sábado e domingo, eu sinto falta das aulas”, afirma Nety. “A gente cria uma amizade, não só na hora da aula, mas fora também. Muitas alunas mandam mensagens agradecendo, dizendo que as aulas mudaram as vidas delas e esse é o tipo de retorno que me deixa emocionada”.
PROGRAMAÇÃO DE AULAS
Morada Nova
Vila Sarandi: segunda e quarta-feira, às 18h
Murumuru: terça e quinta-feira, às 18h
Morada Nova: terça-feira, às 19h, e sexta-feira, às 18h
Residencial Tiradentes: terça e quinta-feira, às 18h
São Félix
São Félix Pioneiro: quinta-feira, às 19h
Praça dos Sonhos: quarta e sexta-feira, às 19h
Nova Marabá
Ginásio Folha 16: segunda e quarta-feira, às 17h30
Casa da Juventude de Marabá: segunda e quarta-feira, às 18:30h
Nossa Sra. Aparecida: segunda e sexta-feira, às 18h
Cidade Jardim: segunda e sexta-feira, às 19h
Folha 33: quarta e sexta-feira, às 18h
Folha 35: quarta e sexta-feira, às 18h
Cidade Nova
Amapá: terça e sexta-feira, às 17:00
Praça S. Francisco: terça e quinta-feira, às 18h
Praça Liberdade: segunda e quarta-feira, às 18h
Obra Kolping: segunda e quarta-feira, às 19h
Laranjeiras: terça e quinta-feira, às 18h
Jardim União: terça e quinta-feira, às 07h30
Carajás: terça e quinta-feira, às 19h
EMEF Doralice Vieira: segunda e quarta-feira, às 18h30
Igreja Santa Teresinha: terça e quinta-feira, às 18h
Marabá Pioneira
Colônia Z 30: terça e quinta-feira, às 19h30
Praça São Félix de Valois: terça e quinta-feira, às 6h30
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