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Vacina contra poliomielite: cobertura aumenta 10% após dia 'D' da campanha contra a doença

Até a sexta-feira (21), o Pará registrava 47% do público-alvo vacinado contra a paralisia infantil e, ao fim do sábado (22), 'Dia D' da vacinação, o percentual subiu para 57% de crianças vacinadas

Camila Guimarães / Eduardo Rocha

A cobertura vacinal contra a poliomielite, doença causadora da paralisia infantil, aumentou 10% no Pará no último fim de semana, saindo da marca de 47% para 57% das crianças imunizadas. O avanço se deu após a intensificação da campanha com o "Dia D" de vacinação, ocorrido no último sábado, 22. Porém, a meta é chegar aos 95% de crianças vacinadas, para impedir o retorno da doença. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). De acordo com o Ministério da Saúde (MS), O Pará tem 320 mil crianças vacinadas. A meta é atualizar a imunização de 95% das crianças de 1 ano a menores de 5 anos.

Segundo a Sespa, todos os 144 municípios foram instruídos a intensificar as estratégias de imunização, quando possível aumentando o número de locais de aplicação da vacina e a quantidade de profissionais disponíveis para a campanha. 

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Em Belém, o "Dia D" contou com equipes vacinando na unidade móvel instalada ao lado da Basílica Santuário de Nazaré, em uma carreta do Projeto TerSaúde, vinculado ao Programa Territórios pela Paz (TerPaz); em Icoaraci, e nas escolas estaduais Waldemar Henrique, no Bengui; e Princesa Isabel, no bairro do Atalaia.

Renata Rodrigues, autônoma, levou os três filhos a uma unidade móvel, em Belém. Além de se protegerem contra a paralisia infantil, as crianças Nicolas, Nina e Davi atualizaram as carteiras com outras vacinas oferecidas. “Fiquei sabendo sobre a campanha nas redes sociais e vi a necessidade de deixar meus filhos protegidos contra essa doença erradicada, mas que corre o risco de voltar se não cuidarmos da vacinação de nossas crianças”, afirmou Renata.

A Sespa reforça que o imunizante contra a paralisia infantil é utilizado no Brasil desde os anos 1960, e foi fundamental para mudar a realidade de gerações que se acostumaram a ver pessoas convivendo com sequelas da doença, como as atrofias musculares, principalmente nas pernas.

A dona de casa Jaiane Rodrigues aproveitou o fim de semana para levar o filho Theo para tomar as gotinhas contra a pólio, na capital. “Essas ações são muito boas. A cada dia que passa a gente vê a importância de manter a caderneta em dia. O irmão dele também está com as vacinas em dia e é uma criança saudável, graças a Deus. É muito importante fazer as vacinas”, reforçou a mãe.

Campanha continua com vacinação nas UBS

A chefe da Divisão de Imunização da Sespa, Jaíra Ataíde, que acompanhou a vacinação no sábado, destaca que a campanha continua até o fim de outubro. “O movimento na unidade móvel foi acima das nossas expectativas. E a campanha não acabou hoje. Os postos continuam vacinando até 31 de outubro. Contamos com as famílias para manter a pólio erradicada no nosso Estado”, ressaltou.

A secretaria informa que a unidade móvel, ao lado da Basílica, terminou os trabalhos no domingo (23), encerrando o atendimento às 17h, devido ao final da quadra nazarena. Mas a população pode procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para atualizar o cartão de vacinação.

Quem deve se vacinar contra a pólio

Contra a poliomielite, devem ser imunizadas as crianças na faixa etária de 1 a 4 anos 11 meses e 29 dias. As crianças com o esquema básico de vacinação completo com três doses da Vacina Injetável Poliomielite (VIP) devem ser imunizadas indiscriminadamente com a Vacina Oral Poliomielite (VOP).

320 mil vacinadas

O Ministério da Saúde (MS) informa que, no Dia Nacional de Combate a Poliomielite, cerca de oito milhões de crianças já compareceram aos postos de vacinação em todo o Brasil desde o início da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação, no dia 8 de agosto. Dos mais de 11,5 milhões de crianças menores de cinco anos aptas a receber o imunizante, cerca de 70% estiveram em uma unidade de saúde. No Pará, cerca de 320 mil crianças foram vacinadas, o que representa 57%.

A poliomielite, conhecida como paralisia infantil, é uma situação de saúde grave e incapacitante. O objetivo da mobilização é alcançar a cobertura vacinal superior a 95% para a vacina de poliomielite na faixa etária de um a menores de 5 anos de idade.

Esquema Vacinal

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a vacinação de crianças a partir de 2 meses até menores de 5 anos de idade. Conforme o Calendário Nacional de Vacinação, o esquema vacinal preconizado é composto por três doses de Vacina Inativada de Poliomelite (VIP), administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, mais dois reforços com a Vacinal Oral de Poliomelite (VOP), aos 15 meses e aos 4 anos de ida

Meta nacional

Segundo a Sespa, a cobertura vacinal contra a poliomielite no Brasil atualmente é de 64% entre crianças de 1 a 5 anos, segundo o Ministério da Saúde. Percentual bem abaixo da meta, que é de 95%. A poliomielite é considerada uma doença erradicada no Brasil desde 1994, mas a vacinação continua sendo fundamental para manter o País nessa condição. Alguns países já registraram o retorno da doença, principalmente na Ásia e África.

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