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Período chuvoso promove aumento populacional de grilos-pretos

Uma artista fez show em Santarém e acabou levando o inseto em sua mala para a cidade natal

Bruna Lima
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Mari Malvadona, artista de funk e influencer, fez um show em Santarém, oeste paraense, e ao retornar a Fortaleza (CE) se deparou com um grilo-preto na mala. A artista fez vídeo do inseto e o caso acabou viralizando nas redes sociais. Os grilos-pretos (Gryllus assimilis) estão presentes por quase toda a América do Sul, Central e parte da América do Norte.

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A prefeitura de Santarém sinaliza que ainda é cedo para dizer se há alguma anormalidade sobre a quantidade do inseto na cidade. César Favacho, mestre e doutorando em Biodiversidade e Evolução pelo Museu Paraense Emílio Goeldi, explica que a época das chuvas cria as condições perfeitas para a reprodução desses insetos, já que as fêmeas enterram os ovos no solo e este precisa estar úmido para o desenvolvimento ocorrer com sucesso.

“Eles acabam sendo confundidos e atraídos pelas luzes da cidade (que costumam atrair diversos insetos que se locomovem durante a noite, normalmente utilizando a luz da lua ou das estrelas). Nas cidades, acabam encontrando condições favoráveis para a reprodução (muita comida e poucos predadores naturais)”, detalha.

O pesquisador destaca que o crescimento populacional desses bichos é relativamente comum e previsível, mas as condições climáticas e da região amazônica podem ter um efeito intensificador. “É possível que, com cada vez menos áreas naturais onde esses bichos possam viver, eles acabem buscando refúgios nas cidades, como ocorrem com diversos animais que já vivem junto de nós”, explica.

Uma das possíveis causas do número espantoso pode estar na falta de áreas naturais onde esses bichos buscariam refúgio e sua população seria equilibrada pelos seus predadores naturais (aves, lagartos, aranhas, formigas, etc). "Na cidade, apesar de alguns desses predadores serem encontrados, os grilos possuem muito mais oportunidade de abrigos e comida", conta o especialista.

Outra maneira de diminuir isso seria removendo entulhos e limpando terrenos baldios, que são ótimos locais para refúgio e reprodução desses animais. "Como se alimentam de matéria orgânica de diversas fontes, não precisam tanto do lixo (como as baratas) para aparecerem (apesar de aproveitarem quando encontram comida pelo chão). Também pode-se adotar o uso de telas de proteção e vedadores de batente para as casas, para evitar a entrada desses insetos”, explica o biólogo.

Apesar do grande número, eles não possuem uma vida longa, vivendo cerca de 2 meses no máximo, acrescenta o pesquisador. “Normalmente a população diminui naturalmente e quase desaparece com o final do período chuvoso, voltando a ficar pequena com apenas alguns grilos aparecendo esporadicamente”, pontua César Favacho.

Apesar de possuírem um comportamento relativamente similar ao das baratas, esses bichos não são conhecidos por transmitir doenças. Eles costumam preferir áreas mais úmidas e próximas do solo exposto, onde colocam seus ovos. Durante o dia ficam escondidos em frestas e qualquer lugar mais escuro e estreito. Entram nas casas apenas atraídos pelas luzes durante a noite, ou procurando abrigo da luz do dia.

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