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Mais de 800 mil hectares de Floresta Amazônica estão protegidos em Carajás, no Pará

Área abriga mais de três mil tipos de espécies de animais e de plantas diferentes

O Liberal

Uma porção contínua de floresta amazônica, que se agiganta por uma área igual a mais de 800 mil campos de futebol juntos está preservada há mais de 30 anos no sudeste do Estado do Pará. Protegida por equipe de guardas florestais mantida por parceria entre iniciativa privada e órgão ambiental, o conjunto de unidades de conservação de Carajás e os municípios onde elas estão situadas estão fora das estatísticas de desmatamento da Amazônia monitoradas pelo Imazon.

A maior unidade é a Floresta Nacional de Carajás, que abriga a maior mina de minério de ferro do mundo, 11 mil nascentes de água e mais de três mil tipos de espécies de animais e de plantas diferentes.

São 68 tipos de anfíbios, 131 tipos de répteis, 594 aves diferentes e 145 espécies de mamíferos, mais de 200 tipos de abelhas e 1.800 espécies da flora que formam uma riqueza imensa de animais livres e flora na floresta em pé. 

Em dois anos, foram evitadas 247 tentativas de atividades ilícitas dentro das unidades. Entre elas, estão tentativas de garimpo ilegal, caça predatória, pesca ilegal e extração de madeira ilegais. Edilielson Barros Gama atua há 30 anos na proteção da área. “O melhor é olhar para trás e saber que se não estivéssemos aqui toda essa área não estaria mais aqui. O melhor é conseguir neutralizar a ação de uma pessoa que iriar tirar a vida de um animal desse da floresta. Para gente, é uma vitória todos os dias trabalhar para proteger a floresta”, conta o guarda florestal.

O chamado Mosaico de Carajás é formado por seis unidades de conservação no sudeste do Pará, próximo ao estado do Tocantins. Dos mais de 800 mil hectares, a área da Vale ocupa cerca de 2% do total onde são realizadas as atividades de mineração de ferro e de cobre. Somente a área protegida pelo ICMBio permanece conservada, enquanto os arredores sofreram com degradação consequente do avanço da ocupação humana e de áreas de pastagens. 

Outra ação realizada é o projeto Corredores Ecológicos que consiste em formar galerias que unem pontos de florestas antes separados por áreas degradadas, voltando a constituir uma única e extensa área verde. A iniciativa é da Vale, que adquiriu as fazendas, em parceria com o ICMBio. O trabalho é realizado em região entre Canaã de Carajás e Parauapebas, no sudeste do Pará.

No local, com cerca de cinco mil hectares de extensão, mais de meio milhão de mudas já foram plantadas fazendo ressurgir a floresta Amazônica. O registro da presença de felinos como a onça, animal topo da cadeia alimentar, é umas das evidências de que a biodiversidade retoma a vida na área reflorestada.

De acordo com o chefe do Núcleo de Gestão Integrada do ICMBio Carajás, André Macedo, as unidades são reconhecidas pelo alto grau de conservação e proteção. “É um desafio enorme garantir a integridade dessa área e para gente avançar nesse processo temos buscado parcerias com diversos setores da sociedade de modo a ampliar a força e a capacidade de atuação do ICMBio para atuar nesse território”, diz. 

O gerente de meio ambiente da Vale, Paulo Oliveira, destaca que a proteção envolve a manutenção de equipe técnica, infraestrutura administrativa e logística e recursos financeiros da Vale que apoiam as ações do ICMBio, órgão gestor do conjunto de unidades. A vigilância é realizada de forma área, terrestre e também percorrendo os rios da região, com mais de 10 mil patrulhamentos feitos para proteção do bioma. A área percorrida de carro nos patrulhamentos soma mais de 1 milhão e 200 mil quilômetros rodados. 

Pará