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Paralisia infantil: cobertura vacinal contra poliomielite só alcança 10% do público em Belém

Atualmente, 7.135 crianças tomaram a vacina, totalizando 10,70% em cobertura vacinal. No entanto, o ideal é que sejam imunizadas no mínimo 95% das crianças para afastar o risco de retorno da doença

Camila Azevedo , Fabyo Cruz

Com cobertura vacinal menor do que as metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, Belém reforça importância da vacinação contra a poliomielite para as crianças de até 5 anos de idade. Atualmente, 7.135 delas tomaram a vacina, totalizando 10,70% em cobertura vacinal, segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) à reportagem de O LIBERAL. De acordo com o MS, o ideal é que sejam imunizadas no mínimo 95% das crianças para afastar o risco de retorno da doença.

A Sesma afirmou que a capital paraense recebe imunizantes constantemente e não há registro de falta de vacinas, entretanto, a baixa cobertura se dá por vários fatores, dentre eles, a pouca divulgação na mídia, acesso à vacinação, alta rotatividade de profissionais na sala de vacina e falta de informação. Em 2021, a cobertura registrou índices abaixo da meta com 52,95% de imunizações em Belém.

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No Pará, ainda não há dados disponibilizados sobre a cobertura vacinal. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa) informou à reportagem, o Ministério da Saúde já foi comunicado sobre as falhas apresentadas no sistema Datasus, para registrar as informações específicas de doses aplicadas nas diferentes etapas do ciclo de vacinação.

A pasta informou ainda que o quantitativo de doses mensais de vacinas contra poliomielite recebidas pelo Estado, via Ministério da Saúde, e distribuídas para os Centros Regionais de Saúde e municípios, são suficientes para o cumprimento da meta de imunização. Em caso de campanhas de vacinação, como a atual, que vai até o dia 9 de setembro, são enviadas doses adicionais.

Para a secretaria, a procura abaixo da meta de imunizantes em geral deve-se ao aumento de notícias falsas relacionadas às vacinas e ao crescimento de movimentos anti-vacinas. No caso específico de poliomielite, a erradicação da doença no país faz com que as famílias considerem que não há necessidade de vacinar suas crianças, afirmou a Sespa. Por meio de nota, a pasta diz que a aplicação de vacinas é de responsabilidade do poder municipal, que define as melhores estratégias para realizar a aplicação de vacinação de cada cidade.

“A Sespa realiza treinamento e capacitação de municípios, promove campanhas de mobilização e orienta as secretarias municipais a melhorarem suas estratégias de vacinação não só da poliomielite, mas de todas as vacinas que fazem parte do calendário vacinal”, finaliza a nota.

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Especialistas reforçam a importância da vacinação

A pediatra Camila D’ Macêdo explica que a vacina da poliomielite é responsável por prevenir que crianças se infectem com o poliovírus, causador da paralisia infantil. A especialista lembra que até 1979, houve altos índices da doença no país. Com a chegada da vacinação, os casos foram reduzidos significativamente, fazendo com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) certificasse o Brasil como nação erradicada de poliovírus.

No entanto, ela ressalta que nos últimos dois anos a doença apresentou altos índices de inadimplência em relação ao calendário de vacinação infantil no Brasil. “Isso ocorreu principalmente com crianças de até 5 anos de idade. Ultimamente, uma em cada quatro crianças no País está com atrasos no calendário vacinal. Isso é muito sério porque é uma doença muito grave na faixa etária infantil”, afirmou a pediatra.      

Cobertura vacinal também foi abaixo da meta em 2021

Em 2021, a cobertura vacinal no Pará registrou índices abaixo da meta com 55% de imunizações, correspondendo a 76.086 aplicações de vacina. A campanha nacional de vacinação deste ano começou no dia 8 de agosto e se estende até 9 de setembro. A meta é vacinar contra a poliomielite o total de 95% das crianças de até 5 anos, o que corresponde a 83 mil pessoas da faixa etária.

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Campanhas de vacinação

As campanhas nacionais de vacinação contra a Poliomielite e da Multivacinação para Atualização da Caderneta de Imunização iniciaram dia 8 de agosto em Belém. A meta da campanha da pólio é vacinar 95% do público alvo (crianças até 4 anos, 11 meses e 29 dias), que, na capital paraense, corresponde a 83 mil crianças. No total, 18 vacinas estão sendo ofertadas na campanha, que segue até o dia 9 de setembro em toda a rede municipal de saúde.

Contra a poliomielite devem ser vacinadas crianças nas seguintes condições: menores de 1 ano de idade deverão ser vacinadas conforme a situação vacinal encontrada para esquema primário; e crianças de 1 a 4 anos deverão ser vacinadas, indiscriminadamente, com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico.

Pará